Ibovespa aos 200 mil pontos: Morgan Stanley prevê novos recordes e valorização de quase 30% até o fim de 2026
Com o Ibovespa (IBOV) nos níveis recordes e após completar a maior sequência de altas consecutivas em mais de três décadas, o Morgan Stanley vê espaço para novas valorizações.
O banco projeta o principal índice da bolsa brasileira aos 200 mil pontos no final de 2026 — o que implica em uma potencial valorização de 27% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira (14), quando o Ibovespa encerrou as negociações aos 157.739 pontos.
O Morgan Stanley também reiterou a recomendação overweight (acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações brasileiras.
“Vemos um caminho claro, mas estreito, para a redução do custo de capital, tanto no cenário base quanto no cenário otimista (bull case, com mudança de política)”, escreveram os estrategistas Nikolaj Lippmann, Juan Ayala e Julia Nogueira, em relatório divulgado nesta segunda-feira (17).
Para a equipe, “o Brasil pode se tornar um destaque global em 2026 em termos de redução do custo de capital, o que poderia ajudar a acelerar a expansão de múltiplos”.
Os catalisadores do Ibovespa
O início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, e a potencial mudança política nas eleições presidenciais em outubro do próximo ano são os principais catalisadores para o Ibovespa disparar quase 30% em 2026, na visão dos estrategistas do Morgan Stanley.
Nas contas do banco, os brasileiros entrarão em 2026 com a menor participação no mercado de ações brasileiro de todos os tempos, e algumas das taxas reais mais altas do mundo e da “própria história”. “Caso ocorra uma mudança política, isso pode se reequilibrar”, afirmaram os analistas.
“Os brasileiros possuem cerca de 90% da sua dívida e de 15% a 20% do free float das ações”, acrescentaram.
Os estrategistas ainda consideram que “o crescimento do investimento pode elevar o potencial de crescimento, permitindo assim um crescimento menos inflacionário com taxas mais baixas e, consequentemente, múltiplos mais altos”.
Além disso, 2027 já será precificado no próximo ano. “2026 é um ano de transição, mas definirá o tom para a direção da viagem e raramente a relação risco-recompensa foi tão ampla para o Brasil e a Argentina.”
A equipe de estrategistas também vê a possibilidade de uma reprecificação (re-rating) dos múltiplos das ações, impulsionada por prêmios de risco mais baixos, e seguida por uma reaceleração do crescimento dos lucros em 2027.
Os riscos na mesa
Os estrategistas do Morgan Stanley também não descartaram os riscos para o Ibovespa.
Para a equipe, as taxas de juros mais altas por mais tempo (higher for longer), como resultado de um forte impulso fiscal ao longo de 2026, e continuidade da política que mantém a incerteza fiscal elevada.
“Embora pareça haver convicção sobre o ciclo de flexibilização à frente, ainda é muito cedo para ter confiança no resultado da eleição”, avaliaram os estrategistas do banco.