Mercados

Apesar de recordes, interesse pela bolsa brasileira ainda é ‘muito tímido’, diz Inter

19 set 2025, 16:28 - atualizado em 19 set 2025, 16:28
ibovespa
Ibovespa renovou máxima esta semana. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Apesar de a bolsa de valores brasileira estar batendo recordes, o interesse ainda é “muito tímido”. A avaliação é da economista-chefe do Inter, Rafaela Vitoria, que vê a queda de juros como um fator importante para incentivar a diversificação das carteiras e aumentar a participação em renda variável.

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“Mesmo com os recordes, a alocação em Bolsa ainda é muito pequena. Mas, se o cenário de juros menores se consolidar, os custos da diversificação ganham força e podemos voltar a ver um movimento mais ativo de investidores”, afirmou.

Esta semana, o Ibovespa atingiu um novo recorde para o fechamento, chegando a 145.593,63. Hoje (19), o índice de referência do mercado acionário também renovou a máxima intradia, quando atingiu os 146.398,76 pontos.

Segundo Rafaela, os cortes da taxa de juros — inclusive nos Estados Unidos — tende a criar um ambiente mais favorável no Brasil, ao reduzir os custos de oportunidade e estimular o apetite por risco.

Na mesma linha, o especialista em renda variável do Inter, Matheus Amaral, lembra que a recuperação recente da Bolsa foi puxada sobretudo pelo investidor estrangeiro, em busca de alternativas mais baratas diante dos valuations esticados nos mercados desenvolvidos.

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“O movimento que vemos hoje é específico do investidor estrangeiro aportando aqui. Foram quase R$ 30 bilhões de fluxo positivo neste ano. Já o investidor institucional local tem sido vendedor, pressionado por resgates em fundos de ações”, disse.

Amaral ressalta que, mesmo com a máxima histórica, a bolsa brasileira negocia a múltiplos bastante descontados em relação a pares emergentes e desenvolvidos — cerca de oito vezes o lucro, contra 10 vezes em emergentes e mais de 25 vezes nos EUA.

Para ele, isso abre espaço para oportunidades, mas ainda não configura um ambiente de euforia. “O cenário melhorou rápido, mas não é de festa. Seguimos sem um mercado de IPOs e com muito ruído local, que afasta o investidor doméstico”, completou.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.