Ibovespa: Brasil pode ser o destino de US$ 40 bilhões em fluxo estrangeiro, estima Morgan Stanley

O Ibovespa (IBOV), principal índice da bolsa brasileira, acumula alta de mais de 15% e a grande parte dos ganhos foi “patrocinada” pelo fluxo de capital estrangeiro.
Segundo dados da B3, os gringos já injetaram mais de US$ 4 bilhões (R$ 20 bilhões) no mercado brasileiro, sendo maio o mês de maior aporte desde 2019.
O Morgan Stanley, por sua vez, estima que o valor já injetado representa apenas 10% do potencial fluxo de entrada para o Brasil.
Nas contas do banco, os investidores estrangeiros podem adicionar até US$ 40 bilhões — o que corresponde a um pouco mais de R$ 200 bilhões — no mercado brasileiro.
Além do Brasil, outros países também devem ser beneficiados na América Latina. Ainda de acordo com o Morgan Stanley, o México tem potencial de receber US$ 14 de capital estrangeiro em seu mercado; Chile, de US$ 5 bilhões e Colômbia, US$ 2 bilhões.
“As ações latino-americanas estão em uma baixa histórica em termos de peso relativo e absoluto para investidores globais”, escreveram os analistas.
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O que pode atrair o ‘gringo’?
Para a entrada de fluxo estrangeiro na América Latina, o Morgan Stanley considera o índice MSCI ACWI — que acompanha o desempenho de ações de países desenvolvidos e emergentes, entre eles o Brasil.
Para o banco, há um potencial de movimento de diversificação para os mercados fora dos Estados Unidos, em meio aos questionamentos sobre o “excepcionalismo americano”.
Desde 2008, as ações dos EUA ganharam cerca de 23 pontos percentuais (p.p.)no índice MSCI ACWI, de 41% para 64%, enquanto as ações de mercados emergentes perderam 2 p.p., de 12% para 10%, no período.
Para o banco, se os fundos elevassem a posição atual em mercados emergentes em 180 pontos-base — cerca de 1,8 p.p. —, isso implicaria em um fluxo de US$ 66 bilhões para os mercados latino-americanos — sendo US$ 40 bilhões para o mercado brasileiro.
“A América Latina, incluindo o Brasil, se beneficiaria desse movimento por ser um mercado descontado atualmente em relação aos benchmarks globais”, afirmaram os analistas em relatório.
No caso do Brasil, a mudança política também é um possível gatilho para a entrada de fluxo estrangeiro.
“Em nossa visão, a tese da ‘Primavera Andina’ de mudança de política parece cada vez mais aplicável ao Brasil, onde vemos uma mudança de probabilidade de risco-recompensa do cenário de baixa para o de alta”, diz o relatório.
O mercado brasileiro ainda pode se beneficiar de um dólar mais fraco e taxas de juros globais mais baixas — que poderia tornar o Brasil ainda mais atrativo devido aos juros mais elevados no país.
Outro “vento favorável” pelo Morgan Stanley seria um “acordo relativamente bom sobre tarifas” impostas pelos Estados Unidos.
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