Mercados

Ibovespa cai mais de 3% com pressão EUA-China e estardalhaços da política interna

04 maio 2020, 12:27 - atualizado em 04 maio 2020, 12:29
Mercados Ibovespa B3
Novos ruídos na política brasileira pesam o Ibovespa (Imagem: Reuters/Nacho Doce)

O Ibovespa recuava no início da sessão desta segunda-feira em meio a tensões entre Estados Unidos e China no cenário internacional, enquanto novos ruídos políticos chamavam atenção no âmbito doméstico.

Às 12:27, o Ibovespa (IBOV) caía 3,19%, a 77.933,09 pontos.

Após encerrar abril com a maior alta mensal desde janeiro de 2019, o índice cedia o nível de 80 mil pontos nesta segunda-feira, reagindo também à sessão de sexta-feira de mercados internacionais, em que a Bovespa permaneceu fechada por conta de feriado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o acordo comercial com a China agora é de importância secundária diante da pandemia de coronavírus e ameaçou novas tarifas sobre Pequim, alavancando a tensão entre os países.

Na esteira das declarações de Trump, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse no domingo que há “quantidade significativa de evidências” de que o novo coronavírus, causador do Covid-19, surgiu em um laboratório chinês.

Enquanto isso, turbulências políticas no cenário nacional continuam no radar de investidores. No sábado, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro prestou depoimento no inquérito para apurar acusações feitas por ele de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.

Jair Bolsonaro e Sergio Moro
Moro presta depoimento na PF e acusa Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Em ato contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, marcado por agressões a jornalistas, Bolsonaro disse que a Constituição será cumprida no país “a qualquer preço” e que o governo tem o povo e as Forças Armadas ao seu lado.

“Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla mão, não é de uma mão de um lado só não”, afirmou o presidente.

Nesta segunda-feira, Bolsonaro nomeou o delegado Rolando Alexandre de Souza como novo diretor-geral da Polícia Federal, depois de ter tido a indicação de seu nome preferido, Alexandre Ramagem, bloqueada por liminar do STF.

Para analistas da Terra Investimentos, o depoimento de Moro “é somente a ponta do iceberg”, acrescentando que as tensões políticas deverão deixar o país ainda mais vulnerável, em meio à pandemia.

Segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) para a XP Investimentos, a avaliação ruim ou péssima do governo de Bolsonaro aumentou para 49% e atingiu o maior patamar já registrado.

Também na pauta desta segunda-feira, a contração da indústria brasileira se aprofundou em abril, em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus, com quedas recordes em volume de produção e novos pedidos, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Fabrica, indústria, Emprego
Queda da indústria brasileira (Imagem: unsplash/@kiefer)

Destaques

Gol (GOLL4) desabava 12,2%, após afirmar que teve prejuízo líquido de 2,3 bilhões de reais nos três primeiros meses do ano em números não auditados, praticamente por causa da depreciação do real ante o dólar, que impacta suas despesas e custos financeiros.

Azul (AZUL4) também registrava forte queda, de 14%.

Petrobras (PETR4) perdia 3,5%, apesar de ter exportado recorde de 1 milhão de barris por dia de petróleo em abril, alta de 145% ante mesmo mês de 2019. Petrobras (PETR3) caía 3,3%.

BB Seguridade (BBSE3) recuava 5,2%, após lucro líquido de 882,7 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de cerca de 13% sobre o resultado obtido um ano antes, impactado pela epidemia de Covid-19.

Klabin (KLBN11) tinha baixa de 0,7%. A empresa reportou prejuízo líquido de 3,14 bilhões de reais no primeiro trimestre, resultado negativo bem acima do esperado pela média de projeções do mercado. Suzano (SUZB3) ganhava 0,5%.

Klabin
Empresa teve prejuízo de mais de R$ 3 bilhões em 2020 (Imagem: Site/Klabin)

Itaú Unibanco (ITUB4) perdia 3,3%, pressionando o índice antes da divulgação de resultado trimestral depois do fechamento da sessão. O banco divulgará seus resultados trimestrais após o pregão. Bradesco (BBDC4) recuava 4,4% e Santander (SANB11) desvalorizava-se 5,1%.

Minerva (BEEF3) avançava 1,5%, como destaque positivo do dia em seu pregão de estreia como parte do Ibovespa. Também compondo o índice a partir desta segunda-feira, Energisa (ENGI11) caía 4,6% e CPFL Energia (CPFE3) recuava 2,4%.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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