Mercados

Ibovespa caminha para pior mês desde 1998 com pandemia minando confiança de investidores

31 mar 2020, 12:46 - atualizado em 31 mar 2020, 12:46
Às 12:20, o Ibovespa  subia 0,61%, a 75.095,62 pontos (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

A bolsa paulista oscilava sem uma tendência clara nesta terça-feira, que fecha um mês de perdas expressivas nos mercados acionários em todo o mundo, em razão dos efeitos e dúvidas decorrentes da pandemia do Covid-19.

Às 12:20, o Ibovespa (IBOV) subia 0,61%, a 75.095,62 pontos. O volume financeiro era de 6,9 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa subiu 1,65%, a 74.639,48 pontos, mas ainda acumulava em março perda de cerca de 28%, que se mantida representará o pior desempenho mensal desde 1998.

Tal performance faz o resultado no acumulado do ano ser negativo em cerca de 35%, o que marca a maior queda trimestral desde pelo menos 1994.

“Esse ‘bear market’ tem sido incomum, não por causa da escala do declínio, mas por causa da velocidade e da volatilidade”, avaliaram Peter Oppenheimer e equipe, do Goldman Sachs em relatório a clientes.

Mesmo após uma bateria de medidas globais de estímulos econômicos e notícias melhores sobre desenvolvimento de vacinas e testes, março e o primeiro trimestre também terminam com uma série de incertezas, principalmente sobre os efeitos econômicos.

Conforme o ritmo de contágio não mostra sinais de alívio e medidas de confinamento vêm sendo prorrogadas, continua incerto o efeito final na atividade mundial, bem como o momento da recuperação das economias.

Nesse cenário, a aposta de manutenção da volatilidade em níveis elevados é consenso entre agentes financeiros.

Para o analista Jasper Lawer, chefe de pesquisa no London Capital Group, o primeiro trimestre está quase acabando e há um monte de medidas de alívio no mundo. “Um mês novo pode oferecer alguma perspectiva nova, e talvez uma mais construtiva.”

Nos EUA, o S&P 500 <.SPX> tinha oscilação negativa de 0,04%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Destaques

Petrobras (PETR4) avançava 7,7%, oferecendo algum suporte, em meio à recuperação dos preços do petróleo no exterior. Petrobras (PETR3) subia 8,7%.

Vale (VALE3) valorizava-se 6,2%, tendo ainda de pano de fundo relatório do Goldman Sachs elevando a recomendação dos ADRs das ações da mineradora para ‘compra’, enquanto o preço-alvo para 11 dólares, de 11,4 dólares antes.

– Itaú Unibanco (ITUB4) caía 2,1% e Bradesco (BBDC4) recuava 1,8%, pesando do lado negativo. Banco do Brasil (BBAS3) cedia 0,2%.

Cogna (CONG3) desabava 11,1%, após resultado trimestral. No setor, Yduqs (YDUQ3) perdia 6,7%.

CVC Brasil (CVCB3) perdia 5%. A operadora de turismo afirmou que não divulgará suas demonstrações financeiras de 2019 no prazo regulamentar, citando efeito do Covid-19 no trabalho das equipes e auditores.

reuters@moneytimes.com.br