Ibovespa: Com perda de suporte, índice pode afundar para até 123 mil pontos, vê Itaú BBA
O Ibovespa recuou 3 mil pontos entre a última sessão e hoje e pode não parar por aí, vê o Itaú BBA em relatório de análise técnica.
Segundo o analista Fábio Perina, o IBOV perdeu o suporte em 128.900 pontos e aumentou a pressão para a região dos 126.900 pontos. Abaixo disso, pode embicar em direção a 125.000 pontos e 123.000 pontos.
Por volta das 12h38, a bolsa caia 1,38%, a 125.915 pontos.
“O Ibovespa devolveu parte dos ganhos dos últimos pregões e jogou um balde de água fria no movimento de recuperação. Chances de um possível rali ainda este ano ainda são pequenas, enquanto o índice permanecer em tendência de queda e negociando abaixo dos 132.200 pontos”.
Por que o Ibovespa cai?
Tudo pareceria tranquilo com o anúncio do tão aguardado pacote fiscal. Porém, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha R$ 5 mil pegou no calcanhar no mercado.
A equipe de Fernando Haddad até propôs aumentar a taxação dos super ricos, porém parte de economistas é cético quanto a eficácia da medida para cobrir o rombo.
Segundo o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, a taxação sobre os mais ricos compensará cerca de metade do impacto fiscal da isenção de IR ampliada, que é estimado em R$ 35 bilhões.
Para compensar o restante, o governo terminará com a isenção de imposto de renda de aposentados que tenham problemas de saúde graves e recebam acima de 20 mil reais ao mês, e promoverá “outros ajustes”, disse Durigan.
Na avaliação de Felipe Reis, estrategista da EQI Research, a impressão inicial é de que o esforço de corte de gastos potencial foi ofuscado pelo novo patamar de isenção de IR.
“Notamos que as medidas terão que ser aprovadas pelo Congresso, que poderá alterá-las, o que amplia nosso ceticismo sobre o saldo fiscal efetivo resultante do pacote”, avalia. Para Reis, as preocupações do mercado com a evolução da dívida pública não serão mitigadas pelo pacote anunciado.
Para Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, o discurso do ministro trouxe avanços em relação ao compromisso com a sustentabilidade fiscal, sendo o destaque positivo do pronunciamento a proibição de benefícios tributários em caso de déficit primário.
“Contudo, a proposta de tributar fundos exclusivos e super-ricos gera incertezas no mercado financeiro, pois pode reduzir o apetite de investidores de alta renda, impactando o fluxo de capital para a bolsa e a entrada de investimento estrangeiro, afetando dolar e inflação”, avalia Lima.
