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Ibovespa despenca mais de 3% com aversão ao risco global e ronda mínima desde janeiro

13 jun 2022, 11:34 - atualizado em 13 jun 2022, 11:34
Ibovespa futuro, Mercados, Ações
Às 11:13, o Ibovespa caía 3,17%, a 102.135,87 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A bolsa paulista abria a semana contaminada pela aversão ao risco global, que tinha de pano de fundo temores de inflação mais elevada no mundo, que pode obrigar bancos centrais a agirem com mais intensidade na elevação de juros, particularmente nos Estados Unidos.

Às 11:13, o Ibovespa caía 3,17%, a 102.135,87 pontos, batendo mínima intradia desde o começo de janeiro, com todas as ações do índice no vermelho. O volume financeiro somava 6,35 bilhões de reais.

“O mundo está preocupado com o risco de estagflação”, afirmou o profissional da tesouraria de um banco em São Paulo, referindo-se ao termo que define o período quando há inflação elevada e queda da atividade econômica. “Os BCs podem precisar rifar crescimento para segurar os preços.”

Os holofotes estão voltados principalmente para o Federal Reserve, que anuncia na quarta-feira decisão de política monetária, com o mercado esperando nova alta de 0,5 ponto percentual. Investidores buscarão sinais sobre os passos seguintes, em especial após setembro.

Em Nova York, o S&P 500 recuava 2,5%. A curva de juros entre os Treasuries de dois e dez anos inverteu-se brevemente nesta segunda-feira pela primeira vez desde abril, movimento que é visto por muitos como um sinal confiável de que uma recessão pode acontecer no próximo ano ou dois.

Para economistas do Itaú Unibanco, os riscos de uma recessão iminente parecem exagerados, considerando o crescimento resiliente nos EUA e na Europa e a reabertura na China.

“No entanto, esses fatores não devem trazer um alívio significativo e duradouro para preços de ativos, uma vez que a inflação elevada irá levar a maiores taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa”, afirmou a equipe liderada por Mario Mesquita, em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

Na última sexta-feira, dados dos EUA sobre preços ao consumidor mais fortes do que as expectativas endossaram as aflições com o rumo dos juros na maior economia do planeta.

Em paralelo, o Banco Central no Brasil também decidirá sobre a Selic nesta semana (dia 15), em um ambiente de inflação também elevada e possibilidade dos preços de combustíveis não oferecerem um alívio relevante no médio prazo mesmo com propostas de desoneração em Brasília.

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Destaques

Vale (VALE3) tinha declínio de 4,6%, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro na Ásia, com novos surtos de Covid-19 na China revivendo os temores de que os lockdowns reduzam a demanda no maior produtor de aço do mundo. CSN Mineração (CMIN3) caía 5,2%.

Petrobras (PETR4) cedia 2,8%, tendo de pano de fundo a baixa dos preços do petróleo no exterior, também afetados pelos receios sobre os efeitos de novos surtos de Covid-19 na China, além das preocupações com mais aumentos nas taxas de juros para controlar a inflação.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) perdiam 9,9% e 8,6, respectivamente, entre as maiores quedas do Ibovespa, sofrendo com a alta do dólar ante o real, além da aversão a risco generalizada.

Magazine Luiza (MGLU3) recuava 6,2%, renovando mínimas em mais de 4 anos, com perspectivas de juros mais elevados enfraquecendo ainda mais as ações de varejo. Americanas (AMER3) tinha queda de 6,4% e Via (VIIA3) apurava declínio de 6,7%.

Bradesco (BBDC4) registrava queda de 1,7% e  Itaú (ITUB4) apurava declínio de 1,6%, sofrendo com o movimento vendedor na bolsa como um todo, com  Inter (BIDI11) capitaneando as perdas de bancos do Ibovespa com perda de 5,9%.

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