Mercados

Ibovespa e dólar mostram resiliência, mas está aberta a ‘temporada de ruídos’; entenda

18 abr 2023, 17:26 - atualizado em 18 abr 2023, 17:26
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Ibovespa e dólar têm sessão indefinida, em meio aos ruídos e negociações vindas de Brasília, que abrem uma zona de turbulência à frente (Imagem: Freepik/ Montagem: Julia Shikota)

Não é por acaso que os mercados domésticos sofreram para firmar uma direção nesta terça-feira (18). O Ibovespa (IBOV) oscilou na linha d’água e acabou fechando o dia em leve alta, ao passo que o dólar se aproximou novamente da faixa dos R$ 5,00.

De um modo geral, os investidores reagiram a alguns ruídos vindos de Brasília em relação ao novo arcabouço fiscalA proposta foi entregue ao Congresso no fim da tarde de hoje.

Enquanto a imprensa e analistas ainda se debruçam sobre a linguagem técnica do texto, o fato é que já está aberta a “temporada dos ruídos”. E isso não se refere apenas à regra que irá substituir o teto de gastos.

O recuo do governo na taxação dos produtos importados também é uma fonte de ruído. A crítica das varejistas brasileiras à decisão mostra que serão árduas as negociações entre setores divergentes. Imagina, então, no Congresso?

Afinal, a discussão do projeto de lei fiscal está apenas começando. Embora haja uma chance de deputados e senadores melhorarem a regra, tampouco se pode descartar o risco de flexibilização da proposta. 

Como se sabe, a regra fiscal depende de um aumento da arrecadação de impostos para alcançar um superávit primário já a partir de 2025. No entanto, está ficando cada vez mais difícil encontrar os cerca de R$ 150 bilhões necessários para preencher essa lacuna.

Ibovespa e dólar adentram zona de turbulência

“Portanto, embora ainda resiliente, o Brasil está prestes a enfrentar alguns ventos contrários que podem impactar negativamente os mercados por um tempo”, prevê um diretor da mesa de tesouraria de um banco estrangeiro. Para ele, ainda que temporariamente, os ativos locais estão saindo da “zona de conforto” para entrar em uma “zona de leve turbulência”. 

Isso porque o dólar abaixo de R$ 5,00 já não é mais a melhor exposição, explica. Além disso, a curva de juros futuros “possivelmente também atingiu o fundo”, após a intensa retirada de prêmios. 

Com isso, não se pode descartar alguma piora adicional. Afinal, os investidores estão apenas digerindo o noticiário local e ajustando-se aos fatos depois de muitos ruídos. 

Aliás, um tradicional jargão do mercado financeiro diz para “comprar no boato e vender no fato” – realizando lucros, inclusive. Porém, ao mesmo tempo que tal movimento abre a chance de reduzir os riscos, não se deve perder de vista a oportunidade de recarregar o portfólio em níveis melhores.

Afinal, os principais “riscos de cauda” foram removidos. “A regra fiscal não é perfeita, mas ainda boa, e a conjuntura externa também é boa para o Brasil”, conclui o profissional citado acima em mensagem enviada a clientes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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