Ibovespa dispara mais de 3% após Copom e balanço do Bradesco (BBDC4): como andam os mercados nesta quinta-feira (8)

O Ibovespa (IBOV) iniciou o pregão desta quinta-feira (8) com forte alta com reação do mercado às decisões de política monetária e expectativa do primeiro acordo comercial dos Estados Unidos após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nos primeiros minutos de negociações, o índice saltou 3 mil pontos, alcançando os 137 mil pontos.
Por volta de 12h40 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira renovou o recorde intradia aos 137.634,57 pontos, com alta de 3,18%. A maior pontuação intradia havia sido registrada em 28 de agosto do ano passado, quando o índice registrou 137.469,26 pontos.
Na véspera (7), o Ibovespa fechou em queda de 0,09%, a 133.397,52 mil pontos.
No cenário doméstico, os investidores repercutem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), de forma unânime. Com o novo ajuste, a taxa básica de juros subiu de 14,25% para 14,75% ao ano, no maior nível em quase 20 anos.
O comunicado, porém, foi considerado mais “dovish”, sem a sinalização sobre os próximos passos do Comitê na reunião que acontece em junho. O colegiado do Banco Central afirmou que o atual “o cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”.
Esse movimento é lido, por parte do mercado, como um possível fim do ciclo de aperto monetário e a permanência de juros elevados por mais tempo (higher for longer). Alguns operadores também já veem a chance de um início de corte na Selic ainda neste ano.
As atenções ainda se dividem entre os balanços corporativos. Em destaque, os papéis do Bradesco (BBDC4) disparam mais 15% após o resultado do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
O banco reportou lucro recorrente de R$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — uma alta de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. O número ficou acima do esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 5,3 bilhões no período e animou os investidores.
As movimentações no exterior com as negociações tarifárias entre os Estados Unidos e países parceiros comerciais também impulsionam o índice.
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Wall Street no azul
Os índices de Wall Street também operam em alta nesta quinta-feira (8), dia seguinte à decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).
Ontem (7), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decidiu manter os juros de referência dos Estados Unidos (EUA) inalterados na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano.
Após a decisão, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que o plano tarifário imposto pelo presidente Donald Trump elevou as incertezas sobre o desempenho da maior economia do mundo, mas os efeitos ainda não foram sentidos.
Já nesta quinta-feira (8), Trump anunciou que um acordo comercial entre os EUA e o Reino Unidos foi fechado. “O acordo com o Reino Unido é completo e abrangente e consolidará o relacionamento entre os Estados Unidos e o Reino Unido por muitos anos”, disse o presidente norte-americano em uma publicação na rede social Truth Social. O mercado agora aguarda uma coletiva de imprensa marcada para as 11h (horário de Brasília).
Além disso, China e Estados Unidos vão à mesa de negociações neste fim de semana.
Entre os dados econômicos, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 13.000, para 228.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 3 de maio, segundo dados do Departamento do Trabalho do país. Os economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.
Ásia e Europa
Na Ásia, os índices fecharam em tom positivo com a decisão do Fed em manter os juros inalterados e em compasso de espera por um acordo comercial entre EUA e China no fim de semana. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,41%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,56%.
Na Europa, as bolsas acompanham o apetite ao risco global e operam, com o acordo EUA-Reino Unido no radar. Por volta de 10h45 (horário de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,56%, aos 536,46 pontos, ampliando os ganhos após o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) reduziu a taxa de referência de 4,5% para 4,25% ao ano.
Cinco dos nove diretores do BOE votaram a favor do corte, com dois membros querendo uma redução maior de 50 pontos-base e dois querendo manter as taxas inalteradas.
E o dólar?
O dólar perde força ante as moedas globais, como euro e libra. Por volta de 10h45, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, tinha leve alta de 0,08%, no nível dos 99 pontos.
Já na comparação com o real, a moeda norte-americana recua mais de 1%. No mesmo horário, a divisa operava a R$ 5,6858 (-1,04%). Na sessão anterior, o dólar à vista encerrou as negociações em alta, a R$ 5,7454 (+0,61%).