Coluna do Antonio Samad Jr

Ibovespa em queda livre: É hora de fazer trade?

21 nov 2022, 12:58 - atualizado em 21 nov 2022, 12:58
Ibovespa/Bolsa de Valores B3
“Se a Bolsa exibe tendência de queda, por exemplo, o investidor deve se posicionar na ponta vendedora. E isso vale para qualquer ativo”, escreve o colunista (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Desde o dia 20 de outubro até o último 17 de novembro, o Ibovespa acumula queda de cerca de 10%. Há um temor geral quanto à responsabilidade fiscal do novo governo que tem sinalizado que a prioridade de política econômica será o lado social.

A chamada PEC de Transição também provocou forte alta do dólar, que atingiu a cotação máxima de R$ 5,53, a mais elevada desde janeiro deste ano.

A liberação de cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos provoca a fuga de investidores, piora a relação dívida sobre PIB do país, pressiona a alta dos preços e, como consequência deve levar o Banco Central a manter a taxa básica de juros (Selic) elevada no médio/longo prazo.

Tudo isso faz com que a renda variável se torne menos atrativa e desvaloriza as ações. Diante deste quadro, muitos realizam prejuízos e resguardam seus recursos em ativos menos arriscados. Mas é hora de se manter totalmente fora do mercado acionário?

A resposta é não. Na realidade, para quem atua no day trade, seja em dólar, bolsa, juros, ou qualquer outro ativo, o que importa é saber interpretar o momento do mercado e estar na ponta certa.

Se a Bolsa exibe tendência de queda, por exemplo, o investidor deve se posicionar na ponta vendedora. E isso vale para qualquer ativo.

Na verdade, a volatilidade é positiva para o trader que pode girar o capital rapidamente, ganhando em cima dos movimentos do mercado.

O cenário, entretanto, é mais complicado para o investidor fundamentalista, aquele que busca aplicações para o médio ou para o longo prazo. Hoje fica muito difícil prever como estarão as ações daqui a um ano ou mais diante das incertezas provocadas pela guinada de política econômica.

De todo modo, alguns fatos de mercado podem nos dar um norte.

O mercado cai na expectativa e quando o fato acontece, acaba se recuperando. Movimentos de debandada em geral, deixam muitos machucados no curto prazo, mas também abrem oportunidades para que outros aproveitem a liquidação e entrem na bolsa a um bom preço.

A última crise, da Covid-19, deixou isso bem claro. Quem não lembra das ações da Petrobras (PETR4) a R$ 12 em março de 2020?

Hoje, mesmo com a queda recente, os papéis valem R$ 27,00, o que implica em uma rentabilidade de 125% em pouco mais de dois anos. O mercado é muito emocional, porém o investidor precisa ter sangue frio para não correr na queda e voltar na alta.

O que importa em momentos como esse, que, inclusive, já vivenciamos na primeira vez que Lula foi eleito presidente do Brasil, é manter a calma, observar o noticiário e saber entrar e sair na hora certa. Já para aqueles que pensam no longo prazo, o momento é de esperar o ponto de entrada.

É claro que nem sempre se acerta na mosca, ou na PETR4 a R$ 12,00, mas quem comprou a R$ 15,00 já teve um bom ganho.

Em resumo, todo o valor que o Ibovespa perdeu nos últimos 27 dias, em breve será recuperado como sempre acontece. Só é preciso que o trader continue a operar diariamente e o investidor fundamentalista tenha paciência e muita atenção para não perder o momento certo de voltar a comprar.

Se o mercado não acabou durante a pandemia, quando a economia mundial praticamente parou, não é agora que vai acabar.

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CEO da Axia Investing
Advogado com especialização em direito tributário. Atua no mercado financeiro desde 1999. Experiência de mais de 22 anos, já passou por grandes corretoras, onde atuou como sócio gestor de escritórios da Gradual, Walpires, XP e Terra Investimentos. É sócio e gestor da mesa proprietária Axia Investing.
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