Mercados

Ibovespa fecha em alta pelo 2º dia com perspectivas melhores sobre Covid-19

07 abr 2020, 17:12 - atualizado em 07 abr 2020, 18:18
Ibovespa
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 3,08%, a 76.358,09 pontos, tendo chegado a 79.855,48 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta terça-feira pelo segundo pregão seguido, com bancos entre os principais suportes, embora o enfraquecimento em Wall Street tenha afastado as ações domésticas das máximas da sessão, quando se aproximou de 80 mil pontos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 3,08%, a 76.358,09 pontos, tendo chegado a 79.855,48 pontos no melhor momento do dia. O volume financeiro somou 26,8 bilhões de reais.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 perdeu fôlego à tarde e encerrou em baixa de 0,16%, a 2.659 pontos, após chegar a 2.756 pontos na máxima.

Na Europa, o FTSE 100, em Londres, avançou 2,19%, depois de a bolsa de Tóquio ter fechado com o Nikkei com elevação de 2,01%.

A trajetória positiva nos mercados globais refletiu perspectivas de que o ritmo de contágio em algumas regiões na Europa e nos EUA pode ter alcançado o pico, ou estar próximo, mas a piora das bolsa em Nova York, mostrou que as incertezas continuam elevadas.

Ainda há dúvidas relevantes sobre o efeito das medidas de restrição de circulação nas economias, bem como o momento em que terá início a retomada da atividade econômica.

O BNP Paribas voltou a revisar sua projeção para o PIB do Brasil e agora espera contração de 4% em 2020, acompanhada de forte deterioração fiscal. Eles calculam que, em razão de medidas para atenuar os efeitos da pandemia, a dívida bruta deve subir para cerca de 90% do PIB.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que o setor público consolidado brasileiro caminha para registrar um déficit primário de até 500 bilhões de reais neste ano por causa do impacto da crise do Covid-19, mas frisou que a questão fiscal não é prioritária no momento.

BR Distribuidora Combustíveis Empresas
BR Distribuidora valorizou-se 14,97%, também experimentando recuperação após sofrer vendas com as perspectivas de menor demanda de combustíveis (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Destaques

Yduqs (YDUQ3) avançou 19,32%, encontrando suporte na retomada do apetite a risco, uma vez que o papéis têm sofrido com preocupações sobre o efeito da pandemia no ritmo de atividade do setor, bastante sensível a dados de emprego e renda. Cogna (CONG3) fechou em alta de 6,67%.

BR Distribuidora (BRTD3) valorizou-se 14,97%, também experimentando recuperação após sofrer vendas com as perspectivas de menor demanda de combustíveis. Ultrapar (UGPA3) subiu 3,54% e Cosan (CSAN3) mostrou ganho de 2,72%.

Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 3,76% e 3,7%, respectivamente, com o setor mostrando ganhos expressivos. Banco do Brasil (BBAS3) ganhou 4,7%.

Petrobras (PETR4) fechou com elevação de 3,99% e Petrobras (PETR3) mostrou aumento de 2,54%, mesmo com a queda do petróleo no exterior. A petrolífera aprovou uma produção de petróleo no Brasil para abril de 2,07 milhões de barris por dia (bpd), enquanto acena com parcelamento de fatura de distribuidoras de gás. Ainda, o Credit Suisse reduziu o preço-alvo do ADR para 14 dólares, de 21 dólares antes, mas manteve a recomendação ‘outperform’.

Vale (VALE3) avançou 1,51%, acompanhando o movimento de papéis de mineração e siderurgia na Europa, diante das perspectivas mais positivas para a retomada da economia chinesa após o efeito negativo do novo coronavírus.

Gol (GOLL4) subiu 7,88%. A aérea suspendeu suas projeções e estimou manter a maior parte de sua frota em terra em abril e maio, além de divulgar outras medidas e projeções preliminares para o resultado do primeiro trimestre. Azul (AZUL4) fechou estável, com a sessão marcada pela divulgação de dados de tráfego em março, que refletiram os primeiros impactos da pandemia de Covid-19. Na máxima, mais cedo, saltou 14,7%.

Notre Dame (GNDI3) subiu 11,63%, em meio ao sentimento mais positivo em relação ao ritmo de contágio do novo coronavírus. No setor de saúde, Hapvida (HAPV3) avançou 12,33% e Qualicorp (QUAL3) avançou 9,67%.

Suzano (SUZB3) caiu 7,07%, entre as poucas baixas da sessão, marcada pelo declínio do dólar ante o real. O papel também vem de uma valorização de mais de 11% nos primeiros pregões de abril. Klabin (KLBN11) recuou 2,37%.

(Atualizado às 18h18)