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Ibovespa fecha estável com PIB acima do previsto aliviando pessimismo global

03 dez 2019, 19:00 - atualizado em 03 dez 2019, 19:01
B3 Mercados
O Ibovespa teve variação positiva de 0,03%, a 108.956,02 (Imagem: B3/Youtube)

A bolsa paulista fechou com o Ibovespa praticamente estável nesta terça-feira, conforme receios relacionados ao comércio global contrabalançaram números melhores do que o esperado da economia brasileira.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve variação positiva de 0,03%, a 108.956,02 pontos. O volume financeiro da sessão somou 17,4 bilhões de reais.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a adicionar volatilidade nos mercados ao afirmar nesta terça-feira que um acordo comercial com a China pode ficar para depois da eleição presidencial norte-americana, em novembro de 2020.

“Eu não tenho prazo”, disse Trump a repórteres em Londres, onde participava de reunião com líderes da Otan, enfraquecendo esperanças de uma rápida solução para a disputa que pesa sobre a economia mundial.

Um dia depois de ameaçar restabelecer tarifas para aço e alumínio da Argentina e Brasil, Trump também afirmou que as coisas podem ficar bastante difíceis com a União Europeia (UE) a menos que o bloco melhore as relações comerciais.

Em Wall Street, os comentários respaldaram ajustes nos principais índices. O S&P 500, que renovou máximas históricas na semana passada, caiu 0,66%.

As bolsas na Europa também terminaram o dia com perdas.

Mas o cenário externo foi amortecido pelo crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que cresceu 0,6% no terceiro trimestre, na base sequencial, acima da previsão média de analistas ouvidos pela Reuters, de 0,4%.

“Mais uma vez superando a estimativa de consenso, a aceleração do crescimento do PIB no Brasil reforçou a visão de que a atividade econômica deve realmente ver melhores dias pela frente”, escreveu a equipe do Bradesco BBI.

Na visão do economista Dalton Gardiman e equipe, a melhoria significativa do consumo das famílias e o crescimento contínuo do investimento sugerem que a confiança do setor privado cresceu e deve poder para continuar liderando o crescimento do PIB.

Eles ponderaram, contudo, que os gastos e as exportações do governo provavelmente não ajudarão promover resultados da atividade econômica nos próximos trimestres, devido aos desafios fiscais do Brasil e ao arrefecimento global atividade econômica.

A equipe do Bradesco BBI revisou estimativa de crescimento do PIB em 2019 para 1,1% (de 0,9%) após os dados, mas manteve projeção de expansão de 2,3% para 2020.

Destaques

Vale (VALE3) caiu 1,79%, acompanhando o movimento de mineradoras e siderúrgicas no exterior em meio ao noticiário mais negativo sobre o comércio global, com CSN (CSNA3) recuando 3,77%, Gerdau (GGBR4) perdendo 2,29% e Usiminas (USIM5) cedendo 0,92%, após ganhos na véspera.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) cederam 0,31% e 0,29%, respectivamente, apesar da melhora dos preços do petróleo no mercado global.

Smiles (SMLS3) desabou 8,85%, com as cotações tocando mínimas desde 2018, após a administradora de programa de fidelidade estimar na véspera desaceleração de receitas e queda de margens em 2020. O “pesadelo está se tornando realidade”, disse o Bradesco BBI em relatório. GOL (GOLL4), controladora da Smiles, subiu 4,01%.

Banco do Brasil (BBAS3) avançou 2,02%. Agentes financeiros citaram notícia do jornal O Globo de que a equipe econômica se prepara para começar um processo que pode levar à privatização do BB. Autoridades do governo e o próprio presidente-executivo do banco já sinalizaram esse objetivo, mas ressalvaram as dificuldades para os planos avançarem. BB SEGURIDADE, controlada pelo BB, subiu 3,88%.

Bradesco (BBDC4) avançou 0,36%. Itau Unibanco (ITUB4) ganhou 0,03%. Santander (SANB11) caiu 0,34%, enquanto BTG Pactual (BPAC11) recuou 0,99%.

MRV (MRVE3) fechou em alta de 7,16%, tendo de pano de fundo expectativas de que o governo anuncie ainda neste mês a reformulação do programa habitacional Minha Casa Minha Vida. O índice do setor imobiliário avançou 1,8%.

Via Varejo (VVAR3) subiu 3,6%, engatando a nona sessão seguida de alta, maior série de ganhos da história do papel, com a valorização acumulada no período superando 25%. De pano de fundo, entre outros fatores, relatos de desempenho forte da varejista na Black Friday. No setor, B2W (BTOW3) avançou 1,62%, mas Magazine Luiza (MGLU3) cedeu 0,73%.

Hypera (HYPE3) recuou 2,05%. O analista Thiago Macruz, do Itaú BBA, cortou a recomendação da ação para ‘market perform’ após evento da empresa com analistas e investidores na véspera, com preço-alvo de 35 reais para o final de 2020, apoiado, entre outros fatores, em uma avaliação pouco inspiradora, dada as perspectivas de crescimento da empresa.

Notre Dame Intermédica (GNDI3) subiu 2,42%. A empresa anunciou na sexta-feira que o conselho de administração aprovou oferta de até 87,75 milhões de ações com esforços restritos de colocação. A precificação está prevista para 11 de dezembro.

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