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Ibovespa perde fôlego, mas fecha em alta nesta sexta-feira; veja o que mexeu com a bolsa

13 set 2024, 17:11 - atualizado em 13 set 2024, 17:40
Ibovespa-B3-Bolsa
(Imagem: iStock/:caio acquesta)

O Ibovespa espantou as más vibrações da sexta-feira 13 e fechou em alta de 0,64%, a 134.881 pontos. Com isso, o índice conseguiu encerrar a semana no azul, a 0,23%.

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Porém, o índice perdeu força ao longo do dia. Mais cedo, chegou a subir 1,30% em meio à expectativa de um corte de juros maior nos Estados Unidos.

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O pregão repercutiu a confiança de que Jerome Powell, o presidente do Fed, aumente a tesoura do corte dos juros para 0,5 ponto percentual. A curva futura dos Fed Funds ainda mostra maior probabilidade de uma redução de 0,25 ponto porcentual, mas o cenário de meio ponto porcentual ganhou força, o que alimenta a bolsa aqui.

Os contratos futuros vinculados à taxa de juros do Fed agora refletem uma chance de cerca de 43% de que o Fed reduza sua taxa de juros, atualmente na faixa de 5,25% a 5,50%, em 0,50 ponto percentual. Isso representa um aumento em relação aos 28% registrados na quinta-feira.

“Nosso ponto de vista é que o Fed está atrasado em relação à curva — que deveria estar flexibilizando desde junho, ou possivelmente maio — e que agora precisa recuperar o atraso e talvez tenha que antecipar alguns dos cortes nos juros”, disse Gregory Daco, economista do Parthenon.

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Apesar disso, um dado no país arrefeceu os ânimos.

A leitura preliminar da Universidade de Michigan sobre o índice geral de confiança do consumidor ficou em 69,0 neste mês, em comparação com a leitura final de 67,9 em agosto. Economistas consultados pela Reuters previam leitura de 68,5.

Para Bruno Komura, da Potenza Investimentos, os números mostraram perspectivas melhores e resiliência na visão do consumidor, o que pode ter ajudado a amenizar os ganhos da bolsa.

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Dados no Brasil

No Brasil, a economia voltou a mostrar sinais de resiliência. Dados do Banco Central indicaram contração, mas ainda assim resultado melhor do que o esperado.

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O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,4% em julho na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado.

Os dados do BC mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 5,3% em julho, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,0%, de acordo com números observados.

À tarde, a Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, elevou a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 de 2,5% para 3,2%.

Já para 2025, a projeção para o crescimento econômico brasileiro caiu de 2,6% para 2,5%.

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Os ajustes vêm após o PIB crescer 1,4% e totalizar R$ 2,9 trilhões no segundo trimestre de 2024 (2T24).

O Boletim do SPE também indicou uma deterioração na visão do governo para a inflação.

A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 3,9% para 4,25%. Já para o ano que vem, o governo vê uma alta de 3,4% — antes, a aposta era de 3,3%.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Entre os papéis, a Azul (AZUL4) liderou os ganhos, a 22%, e chegou a entrar em leilão duas vezes.

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Segundo fontes às quais a Reuters teve acesso, a companhia está perto de um novo acordo com arrendadores de aviões, com a aérea oferecendo ações para pagar cerca de US$ 600 milhões em dívidas.

Para o Goldman Sachs, se ajustes de estrutura de capital relatados forem anunciados, isso poderia permitir uma reclassificação das ações.

“O risco potencial de diluição do instrumento de capital de US$ 570 milhões em circulação é uma das principais preocupações sobre as ações, de acordo com nossas conversas recentes com investidores, juntamente com preocupações de liquidez de curto prazo”, disseram.

A CVC (CVCB3) também subiu forte, a 14,29%. Na quarta-feira, a empresa conseguiu chegar a um acordo com debenturistas sobre os principais termos e condições de um reperfilamento de debêntures.

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O acordo foi feito com representantes de mais de 75% das debêntures em circulação da quarta emissão de cada série e 100% das debêntures em circulação da quinta emissão, de acordo com a empresa.

Analistas do Itaú BBA destacam que a reestruturação de dívidas da companhia era aguardada há muito tempo pelos investidores e se trata de um pilar fundamental para a operadora de viagens, dadas as preocupações de curto prazo quanto à amortização frente à posição de caixa da empresa.

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) também despontaram entre as maiores altas do índice.

Carrefour (CRFB3) e Assaí (ASAI3) caíram após o Bank of America corta o preço-alvo.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.