Mercados

Ibovespa deixa recordes para trás e recua quase 1% com Itaú (ITUB4) e falas de Galípolo; dólar avança a R$ 5,59

22 ago 2024, 17:14 - atualizado em 22 ago 2024, 17:26
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O Ibovespa realizou os ganhos após renovar maior nível de fechamento, em termos nominais, na véspera (Imagem: Getty Images Signature)

Depois de três dias de recordes intradia e de fechamento consecutivos, o Ibovespa (IBOV) teve um alívio — patrocinado pelas blue chips e declarações de diretores do Banco Central. O tom negativo de Wall Street também pesou.

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O principal índice da bolsa brasileira fechou o pregão desta quinta-feira (22) com queda de 0,95%, aos 135.137,39 pontos.

dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,5904 (+1,98%). 

Por aqui, os investidores acompanharam novas declarações dos diretores de Política Econômica, Diogo Guillen, e de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.

Guillen disse que os cenários externo e doméstico seguem com “muita incerteza”. “Eu sigo vendo [o cenário] assim: projeções mais elevadas e com mais riscos, levando a um cenário mais desafiador para o Comitê [de Política Monetária, Copom]. Vai ser importante ir acompanhando os dados”, disse em evento organizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

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Já Galípolo afirmou que suas falas recentes não colocaram o BC em um “corner” — referência a uma situação difícil — em relação ao que será feito com a Selic em setembro. Ele reiterou que a autoridade monetária subirá a taxa básica de juros se necessário.

“Eu entendo que se houve ou se há uma interpretação mais benigna do ponto de vista de como é que pode atuar a autoridade monetária, ela decorre do fato de que o mercado percebeu que esse Banco Central tem mais graus de liberdade”, disse Galípolo.

“Aquilo que não parecia estar disponível enquanto uma ferramenta, está sim disponível. Então você não restringiu e ampliou as ferramentas disponíveis para a autoridade monetária.”

Ele ainda disse que a “inflação fora da meta é situação desconfortável, e ter que subir juros é situação cotidiana para quem está no Banco Central”, em evento promovido pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

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Após as declarações, o mercado passou a precificar 100% de chance de alta da Selic na próxima reunião do Copom.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, no final da tarde, que acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tem o nome do futuro presidente do BC “em mente”. A expectativa é de que as indicações para a presidência e duas cadeiras na diretoria da autoridade monetária sejam anunciadas na próxima semana.

Altas e quedas da bolsa

Entre os ativos, as ações da Vibra (VBBR3) foram as mais negociadas do mercado acionário brasileiro nesta quinta-feira (22). Os papéis repercutiram o anúncio do um acordo para antecipar o direito de compra de 50% da Comerc, que irá se tornar a sua subsidiária integral. A expectativa era que a aquisição ocorresse apenas em 2026.

A aquisição deve ser concluída no primeiro trimestre de 2025 e a Vibra pagará R$ 3,52 bilhões pela participação à Perfin e outros acionistas da Comerc com base em 1º de julho de 2024, que será ajustado pelo CDI até a liquidação da operação.

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Mas a baixa do Ibovespa foi puxada pelas blue chips — que são os papéis com maior liquidez. Entre elas, Itaú (ITUB4) — que caiu mais de 1% após o UBS BB rebaixar a recomendação para as ações de compra para neutro. 

 Vale (VALE3) teve mais um dia de ganhos com apoio do minério de ferro na China. A commodity registrou alta de mais de 4,5% em Dalian, na China. Petrobras (PETR4;PETR3) permaneceu no território negativo em mais uma sessão marcada na esteira do petróleo.

Apesar dos ‘pesos-pesados’, a ponta negativa do Ibovespa foi liderada por CVC (CVCB3), que devolveu os ganhos da véspera.

Ontem (21), os papéis da companhia de turismo chegaram a saltar mais de 20% nas primeiras horas do pregão após a notícia de que fundos de investimentos geridos pela WNT passaram a deter 5,01% do capital social da empresa.

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As ações cíclicas foram novamente penalizadas com a abertura da curva de juros futuros, com a expectativa de alta na taxa básica de juros, a Selic, a partir de setembro.

Por fim, 13 ações fecharam o dia em alta no Ibovespa, em parte as companhias expostas ao dólar. Entre elas: Embraer (EMBR3), Weg (WEGE3) e Ambev (ABEV3).

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street voltaram ao território negativo em dia recheado de dados econômicos e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed).

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 54,3 em julho para 54,1 em agosto, atingindo o menor nível em quatro meses, segundo dados preliminares divulgados hoje pela S&P Global.

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O resultado do PMI composto, porém, veio um pouco acima da projeção de analistas consultados pela FactSet, de queda a 54.

Além disso, os pedidos de auxílio-desemprego do país na semana encerrada em 17 de agosto subiram 4 mil, a 232 mil pontos. Apesar do avanço, o número ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa 233 mil no período.

Após os dados, o mercado elevou as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed).

Os traders estão precificando uma chance de 75,5% de o BC norte-americano cortar as taxas de juros em 25 pontos-base em setembro, o levaria os juros a faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Ontem (21), as apostas eram de 62%.

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Agora o mercado espera o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole um encontro anual de autoridades de bancos centrais, para obter mais sinais sobre a trajetória dos juros. O discurso mais esperado é o do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, amanhã (23).

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,89%, aos 5.570,64 pontos;
  • Dow Jones: 0,00%, aos 40.890,49 pontos;
  • Nasdaq: -1,67%, aos 17.619,35 pontos.

Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta aos 515,74 pontos (+0,35), em seu nível mais alto em agosto.

A ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE), divulgada hoje, trouxe sinalizações para o início do afrouxamento monetário — o que aumentou as apostas de corte nos juros de 25 pontos-base em setembro, o que levaria a taxa de referência da Zona do Euro a 3,50%.

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“A reunião de setembro foi amplamente vista como um bom momento para reavaliar o nível de restrição da política monetária”, diz a ata. “Essa reunião deve ser abordada com uma mente aberta.”

Em julho, o BCE manteve os juros inalterados em 3,75%.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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