Ibovespa futuro sobe 0,56% e se recupera parcialmente de “impacto Flávio”; Dólar futuro cai levemente
O Ibovespa futuro para dezembro (WINZ25), ou mini-índice, subiu 0,56% nesta segunda-feira (8), aos 158.895 pontos.
Segundo a análise técnica do BTG Pactual divulgada hoje mais cedo, o mini índice iniciou a semana tentando se estabilizar após um pregão de grande volatilidade na última sexta, quando caiu mais de 4%. O ativo chegou a renovar a máxima histórica acima dos 165 mil pontos, mas despencou com o anúncio de que Flávio Bolsonaro deve ser candidato à presidência.
Com a forte correção, o mini-índice voltou a operar abaixo das médias de 21, 50 e 200 períodos no gráfico de 60 minutos — um sinal de perda de força no curto prazo.
Além disso, a região dos 160 mil pontos, antes suporte relevante, voltou a atuar como resistência imediata. Para o BTG, o cenário estrutural ainda é positivo, mas uma reversão mais consistente só seria indicada caso o índice perca a faixa dos 154 mil pontos.
Já o dólar futuro para janeiro (WDOF26) caiu 0,05%, a R$ 5,463.
Segundo o BTG, o movimento da última sexta levou o ativo a tocar R$ 5,50, mas ainda sem sinal claro de reversão na tendência principal. No curto prazo, o preço voltou a operar acima das médias de 21, 50 e 200 períodos, mostrando recuperação pontual.
No entanto, o banco ressalta que apenas uma consolidação acima dos R$ 5,50 abriria espaço para uma alta mais consistente em direção a R$ 5,65.
Do lado de baixo, os suportes mais próximos estão em R$ 5,41 e R$ 5,36, que funcionam como sustentação após o movimento brusco da última sessão. Na manhã de hoje, o ativo recua cerca de 0,6%, aos R$ 5,42.
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Dólar futuro e exterior
O movimento do dólar futuro destoou da tendência externa. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,09%, aos 99.078 pontos.
A expectativa pelas decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil mexeu com os mercados.
Lá fora, investidores esperam majoritariamente que o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) reduza os juros pela terceira reunião consecutiva, em uma decisão não unânime.
Perto do fechamento, a ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra 89,6% de chance de o BC norte-americano reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Na última sexta, a aposta era de 86,2%. A probabilidade de manutenção dos juros subiu de 10,4% para 13,8% hoje.
A reunião do Fomc acontece entre os dias 9 e 10 de dezembro.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve manter a Selic em 15% ao ano. O mercado, porém, espera alguma indicação de início do ciclo de afrouxamento monetário no primeiro trimestre de 2026, após dados mais fracos da economia na semana passada.
Para Ian Lima, gestor de renda fixa da Inter Asset, o BC deve reconhecer os avanços no combate à inflação, mas irá tratá-los como “dentro do esperado”, considerando o atual grau de aperto monetário.
Ibovespa futuro e cenário interno
Do lado fundamentalista, o Ibovespa futuro “respirou” com a possível desistência de Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência nas próximas eleições. No fim de semana, o senador disse que pode revogar a pré-candidatura ao Planalto em troca de apoio político para a anistia aos envolvidos nos atos de janeiro de 2023, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na última sexta, a indicação de Flávio como candidato com apoio de Bolsonaro – que cumpre condenação por tentativa de golpe de estado em carceragem da Polícia Federal, em Brasília – injetou cautela nos mercados.
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), era cotado como o mais provável candidato da direita. Para analistas, a escolha de Flávio cria uma divisão de forças na direita e “implode’ possíveis alianças entre partidos de direita e de centro nas próximas eleições.