Mercados

Ibovespa em queda livre: O que assusta mercados nesta quinta-feira?

21 set 2023, 13:57 - atualizado em 21 set 2023, 14:30
Ibovespa
(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa desaba nesta quinta-feira em sessão pós-Copom, após o Banco Central cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto. Além disso, o Fed, o Banco Central americano, manteve os juros na faixa de 5,25% e 5,50%. Por volta das 13h45, o índice despencava 1,73%, a 118.639 pontos.

De acordo com analistas que conversaram com o Money Times, a leitura de que o Federal Reserve pode implementar novas altas dos juros azedou o humor dos investidores. Isso porque parte dos agentes econômicos esperavam uma manutenção das taxas. Agora, as bolsas tratam de reajustar os cenários.

“Powell foi bem hawkish em relação à economia nos Estados Unidos e no mundo, mostrando que possivelmente os juros, com certeza, não vão cair no curto prazo e possivelmente podem subir novamente se houver qualquer deslize, qualquer dado fora do esperado”, explica Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos.

Bruno Komura, analista de investimentos na Potenza Capital, diz que a possibilidade do Fed elevar a taxa contaminou os mercados asiáticos e o minério de ferro, além do petróleo.

E, para piorar, os pedidos de auxílio desemprego vieram ruins, ou seja, o número de demissões foi menor que o esperado.

Segundo o Departamento do Trabalho, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 20 mil, atingindo um total de 201 mil em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 16 de setembro. A previsão dos economistas era de 225 mil pedidos.

“Isso mostra uma força da economia americana”, observa Cohen.

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Ibovespa e as projeções no Brasil

Por aqui, havia a esperança de que o Banco Central aumentasse a tesourada para 0,75 ponto percentual, algo que ficou mais improvável com a decisão da última quarta-feira.

“Já disseram que até o final do ano, nas próximas duas decisões, teremos mais duas quedas de 0,5% e eles deixaram bem claro que não vão aumentar as quedas além desse patamar. Apesar de ter tido unanimidade na decisão, comunicado mostrou ainda que a política do Banco Central ainda vai se manter bem contracionista”, explica Cohen.

Para Alan Martins, da Nova Futura Investimentos, enquanto o mercado lá fora precifica juros maiores, no Brasil os investidores esperam cortes mais amenos, de 0,5 ponto percentual.

Victor Benndorf, da corretora que leva o seu nome, também recorda que a bolsa brasileira possui alta dependência com o cenário internacional, já que, em regra, o investidor gringo é quem está sustentado as altas da bolsa. Com o investidor saindo, o Ibovespa perde a sustentação.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.