Mercados

Ibovespa ‘engasga’ nos 127 mil pontos com Campos Neto e Wall Street após Powell; dólar sobe a R$ 5,78

14 nov 2024, 18:16 - atualizado em 14 nov 2024, 18:36
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O Ibovespa sustentou os 127 mil pontos pela quinta sessão consecutiva, em compasso de espera por medidas fiscais, e queda de Wall Street após discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Na véspera de feriado nacional e na reta final dos balanços do terceiro trimestre, o Ibovespa (IBOV) sustentou os 127 mil pontos pelo quinto pregão consecutivo.

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Nesta quinta-feira (14), o principal índice da bolsa brasileira teve leve alta de 0,05%, aos 127.791,60 pontos. Na semana, o índice fechou estável (-0,03%).

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7881 (-0,02%). Nas últimos quatro sessões, a moeda norte-americana subiu 0,91%. 

Com a perspectiva de que o pacote fiscal seja anunciado após o G20, os investidores locais repercutiram novos dados econômicos e declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,80% em setembro na comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo Banco Central.

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O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,50%, e com isso o índice fechou o terceiro trimestre com crescimento de 1,1%.

Já Campos Neto voltou a defender que o governo promova um ajuste fiscal, para que o país possa ter juros mais baixos de forma sustentável. “É difícil ter juros estruturais mais baixos se o fiscal não estiver organizado”, afirmou. “Se a gente não entender que precisamos fazer o ajuste do lado dos gastos, acabamos fazendo… com que os prêmios de risco fiquem mais altos.”

O presidente do BC ainda disse que  a desancoragem das expectativas de inflação “é a parte que gera mais preocupação hoje” e que a inflação, mais recentemente, tem demonstrado resiliência, com alguns números piores na ponta.

Com o feriado de “Proclamação da República” nesta sexta-feira (15), a B3 não fará negociações. As atividades da bolsa brasileira serão retomadas na segunda-feira (18). 

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Altas e quedas na bolsa

Entre os papéis negociados na bolsa, as ações da Americanas (AMER3) saltaram mais de 170% em reação ao balanço do terceiro trimestre.

A varejista, em recuperação judicial, reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões entre julho e setembro. O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023 — número reapresentado pela companhia.

C&A (CEAB3) também foi um dos destaques do pregão e operou entre as maiores quedas da B3. Os papéis da companhia caíram mais de 13% durante o pregão.

A baixa aconteceu em meio a notícia de que família Brenninkmeijer — que detém o controle da companhia com cerca de 65% do capital por meio da holding Cofra — vendeu 13% da participação na varejista, segundo o Brazil Journal. A transação movimentou R$ 460 milhões.

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Dentro da carteira teórica do Ibovespa, as maiores altas e quedas também refletiram a reação dos investidores aos resultados. A ponta positiva foi liderada por Marfrig (MRFG3), com alta de mais de 8%, e a negativa com MRV&Co (MRVE3), que caiu quase 9%.

Entre os pesos-pesados do índice, as ações da Vale (VALE3) tiveram mais um dia negativo na esteira do minério de ferro. A commodity encerrou as negociações do dia com queda de 1,37%, a 756,0 yuans (US$ 104,38) a tonelada, na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China.

Petrobras (PETR4;PETR3) encerrou o dia em alta com apoio do petróleo.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os investidores repercutiram novos dados econômicos e declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell na última hora do pregão.

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O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% no mês passado, após um avanço revisado para cima de 0,1% em setembro, segundo o Departamento do Trabalho do país.

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2% dos preços ao produtor, depois de uma leitura inalterada relatada anteriormente em setembro. Nos 12 meses até outubro, o índice subiu 2,4%, depois de avançar 1,9% em setembro.

Powell, por sua vez, disse que o Fed não precisa se apressar para reduzir a taxa básica de juros, já que o mercado de trabalho segue sólido e o crescimento econômico contínuo.

“A economia não está enviando nenhum sinal de que precisamos ter pressa para reduzir a taxa básica. A força que estamos vendo atualmente na economia nos dá a capacidade de abordar nossas decisões com cuidado”, disse o chefe do BC norte-americano durante evento em Dallas.

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Em reação, os traders reduziram as apostas de corte nos juros na reunião do Fed em dezembro. Perto do fechamento, a chance de o BC reduzir os juros em 25 pontos-base, a faixa de 4,25% a 4,50%, era de 62,4%. Na véspera, a probabilidade era de 82,5%.

As bolsas de Nova York também terminaram a sessão em tom negativo.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,60%, aos 5.949,17 pontos; 
  • Dow Jones: -0,47%, aos 43.750,86 pontos;
  • Nasdaq: -0,64%, aos 19.107,65 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.