Mercados

Ibovespa fecha no maior nível da história pela 3ª vez consecutiva com ajuda de NY e Vale (VALE3); dólar cai a R$ 5,48

21 ago 2024, 17:11 - atualizado em 21 ago 2024, 17:22
bolsa ações opções investimento ação
O Ibovespa repetiu o duplo recorde pela terceira vez consecutiva e fechou no maior nível da história em termos nominais

O próximo objetivo do Ibovespa (IBOV) é alcançar os 137 mil pontos — superado levemente nesta quarta-feira (21). Pela terceira sessão consecutiva, o principal índice da bolsa brasileira replicou a “dobradinha” de recordes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos primeiros minutos da sessão, o índice renovou a máxima intradia histórica ao tocar os 137.039,54 pontos. Antes o maior nível registrado durante o pregão foi aos 136.329,79 pontos na véspera

Com a sessão à mercê das bolsas do exterior, o Ibovespa encerrou a sessão aos 136.493,65 pontos (+0,28%), o novo maior nível de fechamento — acima do recorde anterior, de 136.087,41 pontos.

dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4821 (-0,02%)

Vale lembrar que o índice da bolsa brasileira está em seu recorde nominal, mas ainda está longe do pico em termos reais — a considerar a inflação e/ou câmbio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O All-Time High do Ibovespa aconteceu em 20 de maio de 2008, quando o índice bateu os 73.517 pontos. Em termos reais, para superar essa marca atualmente, o Ibovespa precisaria ultrapassar os 180.000 pontos”, afirma Allan Antonio, professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a previsão de que o anúncio das indicações para o Banco Central, entre elas a da presidência da autoridade monetária, aconteça ainda em agosto depende de uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Haddad disse que vai se reunir com Lula para saber o resultado da conversa entre o chefe do Executivo e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o tema.

Em segundo plano, os investidores reagiram à aprovação do projeto de lei da desoneração da folha de pagamentos no Senado. A proposta prevê a reoneração gradual a partir de 2025 para dar fim à medida em 2027. Junto com o texto, foram incluídas medidas de compensação que devem gerar até R$ 26 bilhões para cobrir os custos de 2024.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre as ações negociadas no Ibovespa, CVC (CVCB3) foi o destaque do dia. Os papéis da companhia de turismo chegaram a saltar mais de 20% nas primeiras horas do pregão após a notícia de que fundos de investimentos geridos pela WNT passaram a deter 5,01% do capital social da empresa.

O investidor Nelson Tanure negou estar à frente na compra das ações ao Broadcast. Em outras ocasiões, o empresário já usou a estrutura da WNT para adquirir participações em outras companhias, como a Light (LIGT3).

Petz (PETZ3) seguiu estendendo os ganhos pela quarta sessão consecutiva ainda em reação ao acordo de fusão com a Cobasi, anunciado na última sexta-feira (16). Na semana, os papéis da varejista acumulam alta de 37%.

Na ponta negativa do índice, as ações cíclicas foram novamente penalizadas com o avanço dos juros futuros nos vértices mais longos, com a expectativa de alta na taxa básica de juros, a Selic, a partir de setembro. Assaí (ASAI3), Carrefour (CRFB3) e Cogna (COGN3) figuraram entre as maiores quedas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entre as blue chips, Vale (VALE3) teve mais um dia de ganhos com apoio do minério de ferro na China. A commodity registrou alta de mais de 4,5% em Dalian, na China. Petrobras (PETR4;PETR3) permaneceu no território negativo em mais uma sessão marcada na esteira do petróleo.

Fora do Ibovespa, as ações da Priner (PRNR3) avançaram mais de 10% com o anúncio da aquisição da Real Estruturas por  R$ 170,7 milhões — sendo o maior M&A da companhia na história. 

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street recuperaram as perdas da sessão anterior em um dia movimentado.

Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, o país criou menos emprego no ano até março do que o anteriormente divulgado. Nesta quarta-feira (21), o órgão divulgou dados revisados do mercado de trabalho.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A estimativa para o total de postos de trabalho criados no período de abril de 2023 a março de 2024 foi reduzida em 818.000.

O número nitidamente mais baixo é a primeira de duas revisões anuais de “referência” realizadas pelo departamento, conforme ele coleta dados mais precisos disponibilizados apenas nos meses seguinte à publicação do seu relatório mensal, o payroll.

Se a contagem se mantiver até a revisão final em fevereiro, será a maior revisão para baixo desde a redução de 902.000 empregos em março de 2009.

Além disso, o mercado reagiu à ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed). No final de julho, o BC norte-americano manteve os juros inalterados na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano pela oitava vez consecutiva— patamar mais elevado em mais de duas décadas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na ata, a maioria dos dirigentes afirmou que “se os dados continuassem a vir de acordo com o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política monetária na próxima reunião”.

Eles também ressaltaram que “muitas” autoridades do Fed consideram a postura dos juros restritiva e “alguns participantes” argumentaram que, em meio a um arrefecimento contínuo das pressões inflacionárias, nenhuma mudança na taxa básica significaria que a política monetária aumentará o peso sobre a atividade econômica.

Após a divulgação do documento, as apostas de corte de 50 pontos-base, o que levaria os juros a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano, aumentaram. Mas a probabilidade de corte menor, de 25 pontos-base, ainda é a majoritária.

Os traders estão precificando uma chance de 63,5% de o BC norte-americano cortar as taxas de juros em 25 pontos-base em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Ontem (20), as apostas eram de 71%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Agora o mercado espera o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole um encontro anual de autoridades de bancos centrais, para obter mais sinais sobre a trajetória dos juros. O discurso mais esperado é o do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, na próxima sexta-feira (23).

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,42%, aos 5.620,85 pontos;
  • Dow Jones: +0,14%, aos 40.890,49 pontos;
  • Nasdaq: +0,57%, aos 17.918,99 pontos.

 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.