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Ibovespa (IBOV) tem 3ª sessão consecutiva no vermelho, sob peso da ata do Fed

06 abr 2022, 17:02 - atualizado em 07 abr 2022, 1:09
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Acompanhando o mercado internacional, o Ibovespa teve sua terceira sessão consecutiva de perdas (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou esta quarta-feira (6) em queda, marcando sua terceira sessão consecutiva de perdas.

Acompanhando o mercado internacional, o índice caiu 0,55%, a 118.227,75 pontos, menor fechamento desde 23 de março.

As units do Inter (BIDI11) colocaram pressão na Bolsa, com os papéis marcando desvalorização de mais de 8%.

Segundo Rob Correa, analista de investimentos e fundador da Hedgepoint, o desempenho negativo do Inter pelo segundo dia consecutivo é explicado pelo recuo das cotações do mercado tech em Wall Street, que digeriu a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed).

Maiores altas do Ibovespa hoje

As ações que mais subiram nesta quarta-feira, 6 de abril, foram as seguintes:

Maiores baixas do Ibovespa hoje

Já as ações que mais caíram nesta quarta-feira, 6 de abril, foram as seguintes:

Notícias que movimentaram o mercado hoje

Ata do Fed

O Fed divulgou há pouco a ata da reunião de 15 a 16 de março de política monetária nos Estados Unidos, que marcou o início do ciclo de elevação da taxa de juros do país.

No documento liberado hoje, as autoridades monetárias do banco central “concordaram no geral” em cortar US$ 60 bilhões por mês das participações da instituição em Treasuries, além de US$ 35 bilhões em títulos lastreados em hipotecas (MBS).

Embora não haja definição, o Fed afirmou que é possível “começar o processo de redução do tamanho do balanço patrimonial tão cedo quanto após a conclusão” da reunião marcada para os dias 3 e 4 de maio.

Os valores serão reduzidos gradualmente dentro de um período de três meses “ou ligeiramente maior”.

O Fed sinalizou ainda que seria apropriado considerar as vendas diretas de MBS após a redução do balanço estar “bem encaminhada”.

Perspectiva de elevação de 0,5 ponto percentual nos juros dos EUA

Thomas Giuberti, economista e sócio da Golden Investimentos, avalia o tom da ata como hawkish, pois indica uma grande probabilidade de o Fed subir os juros em 0,5 ponto percentual, em vez de 0,25 ponto percentual.

“Com a economia super aquecida e a inflação alta, [o Fed] tem que dar um ‘remédio amargo’, que é a elevação de juros e ajuste de balanço”, comenta.

Segundo Giuberti, o desempenho dos mercados nesta quarta mostra como os investidores estão receosos com uma recessão mais para frente, ocasionada direta ou indiretamente pela elevação dos juros nos EUA.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, diz que a ata de hoje descarta qualquer “ritmo cauteloso” no aumento da taxa de juros norte-americana e sinaliza uma elevação de 0,5 ponto percentual para mais.

“As taxas de juros devem chegar a uma faixa mais próxima a 3%, acima do que foi o último ciclo”, destaca o especialista.

Cruz lembra que a pressão inflacionária é um problema global. O estrategista acredita que a aceleração do ritmo de alta de juros pode até contribuir com o cenário atual, visto que uma inflação menor nos EUA pode ajudar na desaceleração da inflação no resto do mundo.

Novas sanções à Rússia

Novas sanções à Rússia foram anunciadas pelos EUA nesta quarta. As restrições se estendem agora às filhas do presidente russo, Vladimir Putin.

Outros destaques do Ibovespa hoje

PETROBRAS PN (PETR4) caiu 0,1% ON (PETR3) subiu 0,3%. O petróleo Brent perdeu 5,2%, após membros da Agência Internacional de Energia anunciarem a liberação de 120 milhões de barris de reservas para conter preços e em meio ao fortalecimento do dólar após ata do Fed. No fronte corporativo, o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, afirmou que a assembleia de acionistas da Petrobras vai ocorrer mesmo em 13 de abril e já com os nomes indicados para a presidência da empresa e comando do conselho, segundo o G1.

VALE ON (VALE3) avançou 1,5%, após salto de 2,2% do minério de ferro na China, que atingiu o nível mais alto em oito meses na retomada de negociações na sequência de feriado. Além disso, a empresa anunciou a assinatura de contrato vinculante para venda à J&F Investimentos de ativos de minério de ferro, manganês e logística no Centro-Oeste. Siderúrgicas recuaram.

ELETROBRAS PN (ELET6) ganhou 2,9% e ON (ELET3) avançou 3,8%. Ações da companhia aceleraram alta na tarde desta quarta-feira.

INTER UNIT (BIDI11) afundou 8,7%, MÉLIUZ ON (CASH3) caiu 8,3% e LOCAWEB ON (LWSA3) cedeu 8%, estendendo queda da véspera, em meio ao impacto na curva de juros local do temor de aperto monetário mais agressivo nos EUA. Empresas do Ibovespa dos setores imobiliário e de varejo, também sensíveis aos juros, recuaram.

CVC BRASIL ON (CVCB3) afundou 9%, interrompendo quatro sessões de alta.

SUZANO ON (SUZB3) teve alta de 2,2%, em meio ao fortalecimento do dólar ante o real. KLABIN UNIT (KLBN11) valorizou-se 1,4%.

MOURA DUBEUX ON (MDNE3), que não está no Ibovespa, avançou 5,9%, após valor geral de vendas líquido com lançamentos da construtora disparar no primeiro trimestre na comparação anual, segundo dados preliminares divulgados na véspera. Vendas contratadas brutas subiram 58,6%.

Com Reuters

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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