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Ibovespa (IBOV) retorna aos 116 mil pontos com inflação no radar

11 abr 2022, 17:05 - atualizado em 11 abr 2022, 18:44
Ibovespa
O Ibovespa seguiu o mau humor dos mercados globais e fechou esta segunda-feira (11) em queda (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) encerrou o primeiro pregão da semana, encurtada por conta do feriado de Páscoa, em queda, refletindo o temor dos mercados com a inflação no mundo.

O principal índice da Bolsa brasileira recuou 1,16% nesta segunda-feira (11), a 116.952,85 pontos, no menor fechamento desde 21 de março.

Segundo Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante, há continuidade no movimento visto na última semana, de realização de lucros.

O mercado doméstico seguiu o tom das Bolsas internacionais, que também tiveram um dia de perdas após a divulgação dos dados de inflação da China.

Os títulos de dez anos do governo dos EUA quase tocaram máxima em três anos. Amanhã, o país norte-americano divulgará seus dados de inflação, que devem ajudar a calibrar as apostas sobre os novos passos da política monetária no país.

Apesar do desempenho predominante positivo dos bancos, o Ibovespa recebeu pressão das petroleiras, com as ações preferenciais da Petrobras (PETR3) caindo mais de 1,32% devido à queda nos preços do petróleo. A Vale (VALE3) também fechou em queda, refletindo o recuo de mais de 4% do minério de ferro diante de medidas mais rigorosas no país para conter a disseminação da Covid-19.

As principais quedas do Ibovespa hoje vieram de diversos setores, com destaque para BRF (BRFS3) e Cogna (COGN3). As valorizações não foram tão grandes quanto as perdas. Braskem (BRKM5) teve o melhor desempenho do dia, computando ganhos de 1,88%.

Notícias que movimentaram o mercado hoje

Inflação da China

O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) da China divulgou os dados de preços ao produtos e consumidor em março, que vieram acima do esperado.

O índice de preços ao produtor da China (PPI) subiu 8,3% no mês em relação ao ano anterior, abaixo dos 8,8% vistos em fevereiro, porém acima da previsão de uma pesquisa da Reuters, que projetava um aumento de 7,9%.

Com isso, os preços ao consumidor cresceram 1,5% em relação ao ano anterior, maior aumento em três meses. Os dados de março representam uma aceleração em relação ao aumento de 0,9% em fevereiro e também superaram a estimativa de 1,2% da pesquisa da Reuters.

Os custos das commodities continuam pressionados, reflexo da guerra na Ucrânia, que acentuou os gargalos na cadeia de suprimentos. Os surtos locais de Covid-19 também estão afetando a produção do país.

Queda do petróleo e do minério de ferro

A queda nos preços do petróleo e das commodities metálicas nesta segunda afetaram o desempenho das petroleiras e mineradoras na Bolsa.

O recuo do petróleo foi influenciado pelos planos de liberação de volumes recordes da commodity e derivados de estoques estratégicos, além dos contínuos lockdowns na China por conta do coronavírus.

Por conta das restrições e dos dados de inflação no mercado chinês, os futuros de minério de ferro de referência, negociados na Bolsa de Dalian e com entrega em setembro, caíram 4,6% hoje, para 869 yuanes por tonelada.

Inflação surpreende BC

Os últimos dados de inflação no Brasil foram uma surpresa para o Banco Central (BC), afirmou o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

De acordo com Campos Neto, o BC precisa analisar o cenário de alta nos preços se houver mudanças no padrão.

“Vamos analisar e ver os fatores que estão gerando essas surpresas inflacionárias e vamos comunicar no momento que for mais apropriado”, afirmou o presidente do BC, em evento promovido pela Arko e Traders Club.

No fim da semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números da inflação brasileira referentes a março.

Os dados mostraram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deu o maior salto em 28 anos para um mês e março, com a maior pressão vinda pelos combustíveis.

No acumulado em 12 meses, a inflação atingiu um avanço de 11,3%.

Confira os destaques do Ibovespa hoje

PETROBRAS PN (PETR4) e ON (PETR3) recuaram 0,8% e 1,3%, respectivamente, em meio à queda do petróleo Brent abaixo de US$ 99 o barril, com liberação de reservas no mercado e temores por lockdowns na China no radar. PETRORIO ON (PRIO3) desvalorizou-se 1% e 3R PETROLEUM ON (RRRP3) fechou 0,1% no positivo.

VALE ON (VALE3) caiu 1,2%, após baixa dos futuros do aço e do minério de ferro na China, com preocupações de que medidas de restrição contra a Covid-19 no país afetem a recuperação econômica. Siderúrgicas perderam.

BRASKEM PNA (BRKM5) subiu 1,9%, após notícia de que o grupo empresarial J&F tem uma oferta para comprar as participações de controle detidas por Petrobras e pela Novonor, antiga Odebrecht, na petroquímica, segundo O Globo. Através de comunicado da Braskem, Novonor e Petrobras reiteraram posicionamentos anteriores negando evolução material na venda da fatia e qualquer condução de operação da alienação de participação no mercado privado, respectivamente.

B3 ON (B3SA3) registrou decréscimo de 4,6%. A empresa divulgou nesta manhã dados preliminares que apontam para queda no volume de negociação de ações e derivativos em março na comparação anual.

AMBEV ON (ABEV3) avançou 1,8%. A empresa realiza encontro com investidores e analistas nos próximos dois dias.

BRF ON (BRFS3) teve baixa de 7,1%, a maior queda desde 2 de fevereiro, após analistas do Goldman Sachs cortarem a recomendação da ação para “venda”, de “neutra”. O papel registrou sua terceira sessão no negativo seguida.

EDP ENERGIAS DO BRASIL ON (ENBR3) aumentou 1,5%, CPFL ENERGIA ON (CPFE3) ganhou 0,1%, assim como ENGIE BRASIL ON (EGIE3). Já ELETROBRAS PN (ELET6) teve queda de 2%. Ação vem tendo desempenho volátil, em meio a notícias recentes sobre o processo de privatização da companhia.

INFRACOMMERCE ON (IFCM3), que não está no Ibovespa, recuou 8,2%, após cair 8,7% na sexta-feira, à medida que o mercado avaliava um novo programa de incentivo a executivos da companhia, segundo o BTG Pactual.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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