Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Mercados ecoam fala de Powell após debate sem brilho na TV

29 ago 2022, 8:15 - atualizado em 29 ago 2022, 8:16
Jerome Powell
Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, rouba a cena dos mercados globais após fala agressiva em Jackson Hole (Imagem: Kevin Dietsch/Pool via REUTERS)

O Ibovespa deve sentir a renovada aversão ao risco nos mercados internacionais, que ainda ecoam o tom agressivo (“hawkish”) na fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na última sexta-feira. Mas os negócios locais também reagem ao primeiro debate na TV entre os presidenciáveis.

Faltando menos de 35 dias para o primeiro turno das eleições, a campanha esquenta na reta final e a principal dúvida é saber se o desempenho dos candidatos renderá votos. Divulgada hoje, a pesquisa FSB, encomendada pelo BTG, mostra que caiu para sete pontos a vantagem do ex-presidente Lula sobre o principal rival, Jair Bolsonaro.

Também nesta segunda-feira será divulgada uma nova pesquisa do Ipec (ex-Ibope), à noite. Ambos os levantamentos já capturaram o potencial efeito das sabatinas do Jornal Nacional na semana passada. Já o debate na Band deve ter maior impacto nos próximos levantamentos previstos para esta semana, em especial o Datafolha, na quinta-feira.

Segundo o próprio Datafolha, quem se saiu pior no debate de ontem foi Bolsonaro. O candidato à reeleição teve o pior desempenho na avaliação dos eleitores indecisos, com 51% das menções. Na sequência, aparece o petista, com 21%. 

Portanto, quem esperava alguma definição na disputa entre os dois mais bem colocados, acabou se decepcionando. Quem brilhou foi Simone Tebet. Com ataques bem dirigidos aos dois candidatos que mantêm a eleição polarizada, ela foi citada por 43% dos entrevistados como a que teve o melhor desempenho.

Powell rouba a cena

Ou seja, a semana começa novamente marcada por falas de figuras do campo político, mas quem roubou a cena foi a principal personalidade da esfera econômica. A fala de menos de dez minutos do presidente do Fed em Jackson Hole ao final da semana passada ainda causa estragos nos mercados globais nesta segunda-feira. 

Na ocasião, Powell frustrou as três principais expectativas dos investidores de uma só vez. Ele advertiu que manterá o trabalho duro de reduzir a inflação, descartou qualquer “pivô do Fed” em direção a cortes nos juros e indicou que as taxas devem ser mais altas por mais tempo. E o preço a ser pago será alto, causando desemprego e, quiçá, recessão.

Ainda assim, permaneceu a dependência do Fed por dados para calibrar o tamanho do próximo aumento em setembro. No mercado futuro, as chances de uma alta maior, de 0,75 ponto percentual (pp), voltam a ser majoritárias, com 66,5%. 

Portanto, nem Bolsonaro, nem Lula. É Powell quem está no centro das atenções. Porém, igualmente importante para as perspectivas imediatas em relação ao Fed é o relatório sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll), que sai na sexta-feira. Os números podem endossar o tom agressivo recentemente redescoberto do mercado, mas o Fed também precisa da confirmação nos dados.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h05:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha baixa de 0,76%; o do S&P 500 caía 0,84%; e o do Nasdaq recuava 1,02%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda 1,11%; a bolsa de Frankfurt cedia 1,25%; a de Londres recuava 0,70% e a de Paris caía 1,60%.

Câmbio: o DXY subia 0,05%, a 108.86 pontos; o euro subia 0,18%, a US$ 0,9984; a libra caía 0,38%, a US$ 1,1694; o dólar subia 0,70% ante o iene, a 18,54 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos subia a 3,110%, de 3,043% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,454%, de 3,384% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,56%, a US$ 1.740,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,47%, a US$ 93,50 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,40%, a US$ 99,35 o barril; o minério de ferro para janeiro teve queda de 0,83% em Dalian (China), a 718 yuans.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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