Ibovespa (IBOV) sobe e tenta retomar os 147 mil pontos com expectativa de corte de juros nos EUA; 5 coisas para saber antes de investir hoje (1º)

Após subir 3,4% em setembro e engatar o segundo mês de ganhos consecutivos, o Ibovespa (IBOV) inicia as negociações desta quarta-feira (1º) em alta.
A paralisação do governo dos Estados Unidos e a continuidade da queda do petróleo dividem a atenção com o aumento das apostas de corte nos juros norte-americanos e a tramitação de propostas tributárias em Brasília.
Por volta de 10h15 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira tinha alta de 0,34%, aos 146.736,46 pontos.
O dólar à vista opera em queda ante o real, acompanhando o exterior. No mesmo horário, a moeda norte-americana caía a R$ 5,3115 (-0,23%).
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quarta-feira (1º)
1- Isenção do Imposto de Renda
A Câmara dos Deputados deve votar, em plenário, o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês nesta quarta-feira (1º).
O texto, se aprovado, será encaminhado para apreciação do Senado Federal e depois, caso não haja mudanças, ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto foi proposto pelo governo para cumprir uma promessa de campanha de Lula e é relatado pelo deputado e ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
A matéria, além da isenção, também prevê um “desconto” do IR para salário de até R$ 7.350 por mês e cria uma alíquota mínima de 10% para contribuintes de altíssima renda.
2- Reforma Tributária
Na noite de ontem (30), o Senado Federal aprovou o último dos projetos de regulamentação da reforma tributária, operacionalizando a cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), além de formalizar a criação do Comitê Gestor, órgão responsável pela coordenação do IBS.
Peça essencial para colocar em prática a reforma tributária aprovada em 2023, na visão do relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), o projeto também trata da resolução de impasses em torno do IBS envolvendo governadores, prefeitos e empresas.
O texto-base da proposta foi aprovado por 51 votos a 10 e, na sequência dessa aprovação, os senadores analisaram destaques à matéria antes de concluir sua análise.
Como os senadores realizaram mudanças no texto anteriormente aprovado pelos deputados, o projeto precisa passar novamente pelo crivo da Câmara dos Deputados.
3- Shutdown nos EUA
A máquina pública dos Estados Unidos (EUA) entrou oficialmente em shutdown (paralisação) sem acordo entre os democratas e os republicanos sobre as contas públicas da maior economia do mundo.
A 15ª paralisação do governo desde 1981 deve interromper a divulgação do relatório de emprego de setembro (o payroll), atrasar as viagens aéreas, suspender a pesquisa científica, reter o pagamento das tropas dos EUA e levar à dispensa de 750.000 funcionários federais a um custo diário de US$ 400 milhões.
A paralisação começou horas depois que o Senado rejeitou uma medida de gastos de curto prazo que teria mantido as operações do governo até 21 de novembro.
Os democratas se opuseram à legislação devido à recusa dos republicanos em anexar uma prorrogação dos benefícios de saúde que irão expirar no final do ano para milhões de norte-americanos. Os republicanos dizem que essa questão deve ser tratada separadamente.
Analistas independentes alertam que a paralisação pode durar mais do que aquelas relacionadas ao orçamento do passado, com o presidente norte-americano, Donald Trump, e autoridades da Casa Branca ameaçando punir os democratas com cortes nos programas do governo e na folha de pagamento federal.
4- Novo corte de juros pelo Fed
O mercado voltou a precificar quase 100% de chance de o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) cortar novamente os juros em 0,25 ponto percentual na próxima decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Agora, os agentes financeiros veem 99,0% de probabilidade de o BC norte-americano reduzir os juros para a faixa de 3,75% a 4,00% na reunião prevista para o final deste mês. Ontem (30), a aposta de redução era de 96,2%.
O movimento acontece após a divulgação do relatório de emprego no setor privado. De acordo com o documento da ADP, os Estados Unidos fecharam 32 mil postos de trabalho em setembro após um declínio de 3 mil em agosto em dado revisado.
Os economistas consultados pela Reuters previam a abertura de 50 mil vagas no setor privado no mês passado.
5- Cessar-fogo em Gaza
Enquanto o Hamas analisa a proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza anunciada pelos Estados Unidos no início da semana, Israel intensificou a ofensiva.
Aviões e tanques israelenses bombardearam bairros residenciais durante toda a noite, disseram moradores da Cidade de Gaza. As autoridades de saúde locais disseram que pelo menos 35 pessoas em Gaza foram mortas pelos militares na quarta-feira, a maioria delas na Cidade de Gaza.
Ontem (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu ao Hamas “três ou quatro dias” para responder ao plano que ele delineou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu — que, por sua vez, apoiou a proposta de acabar com a guerra de quase dois anos de Israel contra o grupo militante palestino.
“Aceitar o plano é um desastre, rejeitá-lo é outro, há apenas escolhas amargas aqui, mas o plano é um plano de Netanyahu articulado por Trump”, disse uma autoridade palestina familiarizada com as deliberações do Hamas com outras facções à Reuters.
“O Hamas está interessado em acabar com a guerra e com o genocídio e responderá da maneira que atenda aos interesses maiores do povo palestino”, afirmou ele, sem entrar em detalhes.
O grupo extremista não participou das rodadas de negociações que antecederam o plano de Trump.
*Com informações de Reuters