Ibovespa (IBOV) sobe à espera de anúncio do governo voltado a habitação; 5 coisas para saber antes de investir hoje (10)

O Ibovespa (IBOV) chega a reta final da semana em tom positivo com apoio das commodities metálicas e à espera do lançamento da nova política habitacional do governo federal fora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
O cessar-fogo em Gaza, o shutdown nos Estados Unidos e a tensões políticas na França e no Japão concentram as atenções dos investidores.
Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira tinha alta de 0,30%, aos 142.137,22 pontos.
O dólar à vista opera em alta ante o real, na contramão do exterior. No mesmo horário, a moeda norte-americana subia a R$ 5,3903 (+0,28%).
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta sexta-feira (10)
1- Negociações comerciais entre Brasil e EUA
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Marco Rubio, conversaram ontem (9), por telefone, e acertaram uma visita do chanceler brasileiro a Washington para retomar as negociações sobre as tarifas comerciais impostas pelos EUA ao Brasil.
Em nota, o Itamaraty informou que a data do encontro ainda será definida e classificou o diálogo como “muito positivo”.
De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, a intenção é que a ida de Vieira a Washington aconteça ainda em outubro, a depender da agenda do chanceler e do secretário.
Esse seria o início da preparação para um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que também não tem uma data, mas que teve a possibilidade aventada em uma reunião bilateral durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), que acontece no final de outubro.
Na última segunda-feira (6), Lula e Trump também conversaram por videoconferência. Na conversa, os dois mandatários acertaram a retomada das negociações entre Brasil e EUA.
2- Derrota do governo no Congresso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou reagindo à derrota do governo no Congresso com a MP da Taxação, que tratava da mudança na taxação de aplicação financeiras e bets em alternativa ao Imposto sobre , ao longo da última quinta-feira (9).
Durante a cerimônia de inauguração de fábrica da BYD em Camaçari (BA), Lula disse que “não vai demorar para os mais ricos do país pagarem o imposto que devem”.
“Ontem, por exemplo, foi triste, porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste país, daqueles que ganham muito e pagam pouco”, disse Lula.
“Se um trabalhador pode pagar 27,5% (de Imposto de Renda), porque um ricaço não pode pagar 18%? Ainda fizemos acordo para 12% e eles não quiseram pagar. Eles podem saber que é uma questão de dias: eles vão pagar o imposto que merecem aqui no Brasil, porque o povo trabalhador não vai deixar isso barato”, acrescentou.
Mais tarde, em outro evento na Bahia, Lula defendeu o fim dos privilégios de uma pequena fatia da população e voltou a criticar a proporção da cobrança de tributos sobre as diferentes classes sociais.
“Nós somos a maioria. E se nós somos a maioria, e a gente usar a consciência da gente, a gente consegue fazer a maior revolução pacífica e democrática que esse país precisa que seja feita”, disse o presidente em cerimônia de investimentos da Petrobras e do Ministério de Portos e Aeroportos na Bahia.
“É preciso acabar com os privilégios neste país para garantir que todos tenham direito neste país.”
3- Cessar-fogo em Gaza
Na manhã da última quinta-feira (9), Israel e Hamas assinaram um acordo para um cessar-fogo e para libertar reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, na primeira fase da iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para acabar com a guerra em Gaza.
Segundo o acordo, os combates cessarão, Israel se retirará parcialmente de Gaza e o Hamas libertará todos os reféns restantes capturados no ataque que deflagrou a guerra, em troca de centenas de prisioneiros mantidos por Israel. A expectativa é que o Hamas liberte os 20 reféns vivos juntos 72 horas após o início do cessar-fogo.
Ainda ontem, o governo israelense ratificou o cessar-fogo com o Hamas, com início nesta sexta-feira (10). A decisão abriu caminho para suspender as hostilidades em Gaza dentro de 24 horas e libertar os reféns israelenses mantidos em Gaza dentro de 72 horas depois disso.
“O governo acaba de aprovar a estrutura para a libertação de todos os reféns – os vivos e os mortos”, informou a conta do X do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Com isso, chegou ao fim o conflito de dois anos que deixou mais de 67.000 palestinos mortos.
4 – Crise na França
A incerteza política da França está custando ao país, pelo menos, 0,2 ponto percentual de crescimento econômico e corre o risco de minar ainda mais a confiança das empresas e dos consumidores, disse o chefe do Banco Central da França, François Villeroy de Galhau, nesta sexta-feira (10).
“A incerteza nacional está nos custando pelo menos 0,2 ponto percentual de crescimento”, disse Villeroy à rádio RTL.
“A incerteza é o oposto da confiança e, portanto, o inimigo número um do crescimento. As famílias economizam mais quando estão preocupadas e, portanto, consomem menos. As empresas esperam para investir.”
Villeroy também disse que a França precisa reduzir sua dívida crescente e que seria melhor se seu déficit público não ultrapassasse 4,8% do Produto Interno Bruto em 2026.
O primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu, que está deixando o cargo, disse no final do mês passado que sua meta era um déficit orçamentário de cerca de 4,7% do PIB em 2026, abaixo da previsão de 5,4% deste ano.
“A meta é de 3% (do PIB) em 2029, esse é um compromisso que assumimos com a Europa”, disse Villeroy, acrescentando que “toda a Europa está nos observando” e alertando que “os investidores podem nos punir nos mercados”.
“Temos quatro anos para reduzir o déficit em 2,4%. Precisamos cobrir um quarto dessa distância no primeiro ano. Precisamos reduzi-lo em pelo menos 0,6. Portanto, acredito que seria desejável que o déficit não ultrapassasse 4,8% em 2026”, acrescentou.
O presidente Emmanuel Macron deve nomear seu sexto primeiro-ministro em menos de dois anos ainda hoje, com o objetivo de acabar com a pior crise política da segunda maior economia da Zona do Euro em décadas.
5- Política no Japão
A candidatura de Sanae Takaichi para se tornar a primeira mulher primeira-ministra do Japão foi colocada em dúvida nesta sexta-feira (10), quando o parceiro de coalizão minoritário de seu partido governista se retirou da aliança.
O Partido Liberal Democrático (PLD), que governou o Japão durante quase toda a era pós-guerra, escolheu a conservadora linha-dura Takaichi como sua nova líder em uma votação no fim de semana. Mas ela precisa obter aprovação no Parlamento para se tornar a primeira-ministra no final deste mês.
Depois de uma reunião com Takaichi, o líder do Komeito, Tetsuo Saito, disse que a parceria de 26 anos entre os dois partidos havia se rompido devido ao fracasso do PLD em responder a um escândalo de financiamento político que perseguiu o grupo governista por dois anos.
Ele disse que o Komeito não apoiará Takaichi na votação no Parlamento, que deverá ser realizada na segunda quinzena de outubro.
A turbulência política ocorre antes de uma série de compromissos diplomáticos japoneses, com cúpulas multilaterais na Malásia e na Coreia do Sul, e a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Japão, amplamente esperada no final do mês.
O iene se fortaleceu em até 0,5%, para 152,38 por dólar, após a notícia. A moeda havia caído para o nível mais baixo em oito meses no início desta semana, já que os investidores temiam que os grandes planos de gastos de Takaichi pesassem sobre a quarta maior economia do mundo.
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*Com informações de Reuters