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Ibovespa (IBOV) cai aos 141 mil pontos com tensão entre EUA e China; 5 coisas para saber antes de investir hoje (15)

15 out 2025, 10:10 - atualizado em 15 out 2025, 10:14
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(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O cenário externo continua a pressionar o Ibovespa (IBOV) nesta quarta-feira (15). Além da tensão comercial entre Estados Unidos e China, o índice recua com o desempenho negativo das commodities metálicas.

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Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira tinha queda de 0,27%, aos 141.304,01 pontos. 



O dólar à vista opera em queda ante o real, na esteira do exterior. No mesmo horário, a moeda norte-americana caía a R$ 5,4553 (-0,27%).

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Por aqui, os investidores aguardam o anúncio de novas medidas de compensação à derrubada da medida provisória (MP), que tratava de mudanças na taxação de aplicações financeiras e empresas de apostas esportivas (bets), pelo Congresso Nacional.

Pela manhã, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve uma reunião com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, para também tratar do Orçamento de 2026.

No exterior, o mercado fica atento a novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) após o presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, manter a janela aberta para novos cortes de juros neste ano. A tensão comercial entre Estados Unidos e China continuam em foco.

5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quarta-feira (15)

1 – Inflação ainda elevada

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o núcleo da inflação permanece relativamente alto, refletindo pressões persistentes, na manhã desta quarta-feira (15) .

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Após destacar uma perspectiva favorável para o Brasil no médio prazo, Haddad reconheceu que “o núcleo de inflação continua relativamente elevado”, citando pressões persistentes e expectativas de inflação acima da meta de 3%.

“Assim, a política monetária permanece em território contracionista, reforçando o compromisso firme do Banco Central (BC) em cumprir a meta e reancorar as expectativas”, acrescentou.

Ele ainda destacou que o BC está agindo de acordo.

As declarações foram feitas em comunicado por escrito que marca a participação do Brasil na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

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Haddad não viajou a Washington para debater, no Brasil, alternativas após o governo sofrer uma dura derrota com a derrubada da medida provisória que alterava a taxação de aplicações financeiras, uma das principais propostas de ajuste das contas do Executivo para o próximo ano.

2- Medidas de compensação à MP do IOF

Ontem (14), Haddad afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começará a trabalhar em alternativas para compensar o impacto orçamentário do arquivamento da Medida Provisória (MP) 1.303, considerada alternativa para as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“A MP 1.303 era um pressuposto importante e, vamos combinar, era muito justa”, afirmou o ministro em audiência no Senado Federal.

“Isso (arquivamento da MP) vai ter efeito sobre outros processos, a dificuldade de fechar a peça orçamentária, a necessidade de cortes em áreas prioritárias, em emendas. Então isso tem efeitos, não é uma coisa que você faz para demarcar posição.”

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3- Vendas no varejo

No Brasil, as vendas no varejo avançaram em agosto em linha com o esperado, interrompendo série de quatro resultados negativos.

Em agosto, houve aumento de 0,2% nas vendas no varejo em relação a julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação anual, a alta foi de 0,4% ante o mesmo mês do ano passado.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanços de 0,2% no mês e de 0,3% na comparação anual.

O setor, por sua vez, permanece apresentando variações mensais modestas em um cenário marcado por política monetária restritiva e arrefecimento da atividade.

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4 – Tensão entre EUA e China

A tensão comercial entre os Estados Unidos e a China continuam a injetar cautela nos mercados.

Hoje (15), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 100% sobre os produtos de construção naval e afins da China, a partir de 9 de novembro. Na véspera (14), o chefe da Casa já havia ameaçado impor taxas sobre os setores de óleo de cozinha e soja.

Também ontem (14), os dois países colocaram em vigor taxas portuárias adicionais de empresas de transporte marítimo.

A China disse que começou a cobrar taxas especiais sobre navios de propriedade, operados, construídos ou com bandeira dos EUA, mas esclareceu que os navios construídos na China estarão isentos das taxas.

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A “nova” guerra comercial foi retomada na semana passada após a China anunciar uma grande expansão de seus controles de exportação de terras raras e o presidente dos EUA, Donald Trump, em resposta, ameaçou aumentar as tarifas sobre os produtos chineses para três dígitos.

No último fim de semana, porém, os dois países adotaram um tom conciliador, destacando a cooperação entre suas equipes de negociação e a possibilidade de encontrarem um caminho a seguir.

5- Minério de ferro em queda

Nesta quarta-feira (15), os contratos futuros do minério de ferro caíram pela segunda sessão consecutiva, impulsionados por preocupações com as perspectivas de demanda decorrentes do agravamento da disputa comercial entre China e EUA e do aumento dos estoques de aço no país chinês.

O contrato do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China, com vencimento em janeiro, encerrou as negociações do dia com perda de 1,46%, a 776,5 yuans — equivalente à US$ 108,97 — por tonelada. O contrato atingiu uma mínima de mais de um mês na véspera.

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Já o minério de ferro de referência para novembro na Bolsa de Cingapura caiu 0,45%, para US$104,7 por tonelada.

*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.