Ibovespa (IBOV) acompanha exterior à espera de Powell e sobe; 5 coisas para saber antes de investir hoje (22)

O Ibovespa (IBOV) opera a mercê das movimentações do exterior e do cenário corporativo domésticos. As atenções do dia ficarão concentradas nos Estados Unidos em busca de pistas sobre a trajetória dos juros da maior economia do mundo no discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira subia 0,34%, aos 134.967,40 pontos.
O dólar à vista opera em queda ante o real. No mesmo horário, o dólar à vista subia a R$ 5,4647 (-0,26%).
Radar do mercado:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta sexta-feira (22)
1- Mais uma pesquisa eleitoral
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta sexta-feira (22), mostrou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), conta com expressiva aprovação à frente do governo paulista e lidera com folga as intenções de voto para uma eventual reeleição.
De acordo com a pesquisa do instituto Quaest, encomendada pela corretora Genial Investimentos, 60% dos entrevistados aprovam o governo de Tarcísio em São Paulo, ao passo que 29% o desaprovam. Outros 11% não souberam responder.
Em uma outra pergunta, 56% dos entrevistados responderam que ele deveria continuar governador, ao passo que 36% responderam negativamente.
A sondagem sobre o governo paulista foi realizada entre os dias 13 e 17 de agosto, com 1.644 entrevistados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O nome de Tarcísio é ventilado como um dos possíveis adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais do ano que vem. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro — que está inelegível —, o governador de São Paulo aparece como o candidato que mais se aproximaria de Lula em um eventual segundo turno pela Presidência da República.
Na pesquisa divulgada ontem (21), Lula teria 43%, enquanto Tarcísio registraria 35%. Na rodada anterior do levantamento, em julho, Lula estava empatado com o governador de São Paulo no limite da margem de erro em um eventual 2º turno.
2- Novonor e Braskem
A exclusividade de 90 dias para negociação entre o fundo Petroquímica Verde, detido pelo empresário Nelson Tanure, e a Novonor pela fatia controladora na Braskem chegou ao fim, informou a petroquímica nesta sexta-feira (22) em comunicado ao mercado.
A Novonor disse à Braskem que, apesar do encerramento do prazo de exclusividade, segue em tratativas com o fundo para a alienação da sua participação. A companhia ex-Odebrecht tem 50,1% do capital votante da petroquímica.
3- Jackson Hole
Todos os olhos também estão voltados par Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole nesta sexta-feira (22), na cidade de Moran, em Wyoming, nos Estados Unidos (EUA).
O evento começou ontem (21) coma presença de presidentes dos principais bancos centrais do mundo, além de economistas, políticos e empresários, para discutir o tema “Mercados de Trabalho em Transição: Demografia, Produtividade e Política Macroeconômica”.
O discurso mais aguardado, porém, é o do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, que palestra ainda hoje. Essa será a última participação dele como chefe do Banco Central dos EUA.
4- Corte de juros nos EUA
O presidente da unidade do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, disse que, embora a reunião sobre juros do Fed sem setembro seja “ao vivo” para possíveis ações de política monetária, os dados recentes sobre a inflação lhe dão uma certa pausa quando se trata de cortar a taxa de juros.
“O último relatório de inflação que chegou, no qual vimos a inflação de serviços, que provavelmente não é impulsionada pelas tarifas, realmente começar a disparar, é um perigo, é um ponto de dados perigoso”, e isso dá alguma cautela em relação à perspectiva de juros mais baixos, disse Goolsbee em uma entrevista à Bloomberg TV.
O mercado segue apostando em corte nos juros pelo na próxima reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em setembro. Os agentes financeiros, porém, veem chances menores do que na semana passada com as recentes declarações de dirigentes do Fed.
Na manhã desta sexta-feira (22), a chance de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual em setembro era de 71,6%, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. Ontem (21), a probabilidade era de 75%. Hoje a faixa de referência é de 4,25% a 4,50% ao ano.
5- Economia europeia
A ministra da Economia da Alemanha, Katherina Reiche, pediu reformas econômicas urgentes depois que o escritório federal de estatísticas divulgou uma queda mais forte do que o esperado no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
A economia alemã retraiu 0,3% entre abril e junho deste ano na comparação com os três meses anteriores, de acordo com os dados do Destatis. A queda foi maior do que a esperada pelo mercado: o consenso era de queda de 0,1%. Na comparação anual, o PIB teve expansão de 0,2% no período, enquanto os economistas projetavam estabilidade.
A Alemanha foi o único membro das economias avançadas do G7 que não cresceu nos últimos dois anos e as tensões comerciais podem colocá-la a caminho de um terceiro ano de recessão pela primeira vez na história alemã do pós-guerra.
“Os números ilustram a necessidade urgente de ação”, disse Reiche em um comunicado, acrescentando que “reformas estruturais ousadas e de maior alcance são essenciais para que a economia alemã se torne competitiva”.
Essas reformas incluem jornadas de trabalho mais flexíveis, uma redução nos custos trabalhistas não salariais, menos burocracia e preços mais baixos de energia, além de diminuir, em vez de aumentar, a carga tributária sobre as empresas, disse ela.
*Com informações de Reuters