Ibovespa (IBOV) sobe e encosta nos 147 mil pontos com expectativa de corte de juros nos EUA; 5 coisas para saber antes de investir hoje (24)
Ibovespa (IBOV) tem um pregão agitado e positivo à frente, com reação a dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos e a forte alta dos contratos futuros do petróleo de olho nas tensões geopolíticas.
Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira tinha alta de 0,75%, aos 146.819,94 pontos.
O dólar à vista opera em queda ante o real, na esteira do exterior. No mesmo horário, a moeda norte-americana caía a R$ 5,3658 (-0,38%).
Day Trade:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta sexta-feira (24)
1 – Prévia da inflação
A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) subiu 0,18% em outubro, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24). No mês passado, o IPCA-15 avançou 0,48%.
O maior impacto positivo veio do grupo transportes, com alta de 0,41% e contribuição de 0,08 ponto percentual (p.p.).
A prévia da inflação acumula alta de 3,94% no ano e de 4,94% em 12 meses.
A projeção era de que o IPCA-15 avançaria 0,24% neste mês, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast. No acumulado de um ano, a previsão era de que o índice fecharia em 5%.
2- Déficit em conta corrente
O Brasil registrou déficit em transações correntes acima do esperado em setembro, enquanto o investimento direto no país superou as expectativas, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (24).
No mês, houve déficit em transações correntes de US$ 9,774 bilhões, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 3,61% do Produto Interno Bruto (PIB).
A expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas era de um saldo negativo de US$ 7,75 bilhões em setembro. No mesmo período do ano anterior houve déficit de US$ 7,383 bilhões
Os investimentos diretos no país, por sua vez, alcançaram US$ 10,671 bilhões, acima dos US$ 6,5 bilhões projetados na pesquisa e contra US$3 ,861 bilhões em setembro de 2024.
No mês, a conta de renda primária apresentou saldo negativo de US$ 7,635 bilhões, ante rombo de US$ 6,690 bilhões no mesmo período do ano anterior.
A balança comercial teve superávit de US$ 2,324 bilhões, abaixo dos US$ 4,524 bilhões no mesmo mês de 2024.
3- Lula e Trump
Na manhã desta sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não espera um acordo imediato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na reunião que farão neste domingo (26), na Malásia.
Lula ainda afirmou que não há nenhuma pauta prevista para o encontro, podendo assim versar sobre qualquer assunto, incluindo as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e as tensões entre EUA e Venezuela.
“Não existe veto a nenhum assunto. Não tem assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos Estados Unidos. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto”, disse Lula em entrevista coletiva em Jacarta.
“Tenho todo o interesse e disposição de mostrar que houve equívoco nas taxações. Quero provar com números. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação. Os Estados Unidos têm superávit de US$ 410 bilhões em 15 anos com o Brasil”, acrescentou.
Lula também disse que pretende tratar com Trump das sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras, como as punições financeiras colocadas sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
4- Relações comerciais entre EUA e China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, testará sua capacidade de fazer acordos em uma viagem à Ásia na próxima semana, enquanto pairam dúvidas sobre sua tão esperada reunião com o presidente chinês, Xi Jinping.
Trump, que deixará Washington nesta sexta-feira (24) à noite, fará uma viagem de cinco dias por Malásia, Japão e Coreia do Sul — sua primeira viagem à região e a mais longa viagem ao exterior desde que assumiu o cargo em janeiro.
O líder republicano espera acumular acordos comerciais, de negócios e cessar-fogo antes de se voltar para o desafio mais difícil, um encontro presencial com Xi na quinta-feira (30) na Coreia do Sul.
Recentemente, Washington e Pequim aumentaram as tarifas sobre as exportações um do outro e ameaçaram cortar totalmente o acesso a minerais e tecnologias essenciais, deixando os mercados em alerta.
5 – Inflação nos EUA
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (EUA) subiu 0,3% em setembro, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (24). A inflação norte-americana acumula alta de 3% em 12 meses.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,2% no mês passado e foi a 3% em um ano.
O mercado esperava alta mensal de 0,4% e anual de 3,1% do índice, segundo a mediana das projeções coletadas pela Broadcast. Já para o núcleo eram projetados aumentos de 0,3% e 3,1%, respectivamente.
Após os dados, abaixo do esperado, o mercado elevou as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed). A reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro — acontece na próxima semana.
De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os agentes financeiros veem 98,9% de chance de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na próxima quarta-feira (29), para a faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Antes do dado, a probabilidade era de 98,3%.
A aposta de que o BC norte-americano deve cortar 0,50 ponto percentual ainda neste ano também subiu de 88,1% para 96,7% após o CPI.
- SAIBA MAIS: O Money Times reuniu as recomendações de mais de 20 bancos e corretoras em um conteúdo gratuito e completo para você investir melhor
*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters