Ibovespa (IBOV) tem leve queda dos dados no Brasil e nos EUA; 5 coisas para saber antes de investir hoje (3)

O Ibovespa (IBOV) tem um mais dia agitado à frente nesta quarta-feira (3). Os investidores reagem ao números da indústria e ao segundo dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Dados de emprego nos Estados Unidos, Livro Bege e discursos de dirigentes do Federal Reserve também dividem as atenções.
Por volta de 10h15 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,02%, aos 140.307,05 pontos.
O dólar à vista operava em queda ante o real. No mesmo horário, a divisa norte-americana avançava a 5,4500 (-0,45%).
Day Trade:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quarta-feira (3)
1 – Desaceleração da indústria
A produção industrial brasileira registrou queda de 0,2% em julho na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (3).
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção subiu 0,2%.
As expectativas dos economistas, em pesquisa da Reuters, eram de queda de 0,2% na variação mensal e de alta de 0,3% na base anual.
2 – Julgamento de Bolsonaro
Na manhã desta quarta-feira (3), o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento por tentativa de golpe de Estado, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos réus. O processo deve se estender até a sexta-feira da próxima semana, dia 12.
A defesa de Bolsonaro será a segunda a falar na sessão desta quarta. Antes será a vez da defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.
A expectativa é que se encerrem as sustentações orais ainda hoje. Ainda devem se manifestar os advogados de Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
A partir da terça-feira da próxima semana, dia 9, os ministros da Primeira Turma do STF devem começar a apresentar seus votos no processo, a começar pelo relator do caso, Alexandre de Moraes. Ele será seguido, pela ordem, pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da turma e último a votar.
O ex-presidente é formalmente acusado de cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; participação em organização criminosa armada; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado.
Se condenado, Bolsonaro poderá pegar até 43 anos de prisão, se considerar agravantes para os crimes.
3 – PCC na Faria Lima
Na noite de ontem (2), a Reag Investimentos publicou uma retratação após ameaça da Galapagos Capital, que estaria em negociações sobre ativos com a companhia que na semana passada foi um dos alvos de megaoperação da Polícia Federal sobre lavagem de dinheiro.
Segundo uma reportagem do jornal O Globo, a Reag mantinha negociações com a Galapagos Capital, mas a empresa de investimentos fundada em 2019 negou a informação em comunicado à própria Reag afirmando que tomará “todas as medidas legais cabíveis”.
“A Galapagos Capital reitera que não está envolvida e que não tem interesse em qualquer negociação e/ou tratativa para aquisição da Reag Investimentos, de suas afiliadas e/ou de quaisquer de seus ativos”, afirmou a empresa em notificação extrajudicial enviada à Reuters.
A Reag chegou a publicar um comunicado, pouco após o fechamento do pregão, citando que entre os interessados em seus ativos estava a Galapagos. Porém, a empresa presidida por Dario Graziato Tanure voltou atrás, e afirmou em um “complemento” ao comunicado anterior que uma “conversa preliminar com a Galapagos Capital, iniciada pelo grupo Reag, não foi adiante em razão de ausência de interesse da Galapagos”.
Na semana passada, vários órgãos públicos, incluindo a Polícia Federal, promoveram uma megaoperação em 10 Estados que mirou sobre um esquema bilionário de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, com participação de fundos de investimento e fintechs acusados de receberem recursos que têm ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Reag confirmou na ocasião que sua sede foi alvo de mandado de busca e apreensão e que estava colaborando com as autoridades.
4- Acordo UE-Mercosul
O acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul está indo na direção certa, disse o ministro do Comércio da França, Laurent Saint-Martin. Ele ainda disse que a França examinará a proposta em detalhes.
“Hoje, a Comissão apresentou um pacote sobre o acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul, que inclui, principalmente, o princípio de uma cláusula de salvaguarda reforçada para produtos agrícolas. Esse é um passo na direção certa”, afirmou Saint-Martin em publicação na rede social X nesta quarta-feira (3).
Segundo o acordo, o Mercosul eliminará os tributos sobre 91% das exportações da UE, inclusive para automóveis, dos atuais 35% ao longo de um período de 15 anos. Já a UE eliminará progressivamente os tributos sobre 92% das exportações do Mercosul em um período de até 10 anos.
O Mercosul também eliminará o imposto sobre produtos agrícolas da UE, como os 17% sobre vinhos e 20%-35% sobre bebidas alcoólicas. Há também cotas da UE para aves, suínos, açúcar, etanol, arroz, mel e milho e para o Mercosul para leite em pó e fórmulas infantis.
Além disso, o acordo reconhece 350 indicações geográficas para evitar a imitação de determinados alimentos tradicionais da UE, como o queijo Parmigiano Reggiano.
5 – Tarifas de Trump
Na última sexta-feira (29), uma corte federal norte-americana considerou ilegal a adoção das taxas comerciais pelo presidente e Donald Trump.
Na decisão, o tribunal permitiu que as tarifas permanecessem em vigor até 14 de outubro para dar ao governo Trump a chance de entrar com um recurso na Suprema Corte dos Estados Unidos. Mas o veredicto não afetou as tarifas aplicadas ao aço e ao alumínio.
Em reação, Trump afirmou que protocolará uma apelação à Suprema Corte para reverter a decisão ainda nesta quarta-feira (3).
“EUA terão sérios problemas sem as tarifas. Sem elas, nós seremos um país de terceiro mundo”, disse o presidente durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca.
*Com informações da Reuters