Mercados

Ibovespa (IBOV) abre sem direção definida de olho nas taxas de Trump; 5 coisas para saber ao investir hoje (1º)

01 abr 2025, 10:13 - atualizado em 01 abr 2025, 10:13
ibovespa-ibov-acoes-fechamento
Ibovespa abre em queda nesta terça-feira, 1º (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta terça-feira (1º) sem direção definida. O principal índice da bolsa brasileira recuava 0,03%, aos 130.223,48 pontos, por volta de 10h04 (horário de Brasília).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE



Hoje, o dólar à vista rondava a estabilidade ante o real nas primeiras negociações do dia, à medida que os investidores continuam se posicionando para o anúncio de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto aguardam dados econômicos.

Por volta das 10h, o dólar avançava 0,33%, a R$ 5,7235.

Radar do mercado:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta terça (1)

1 – Novela do Banco Master e Banco de Brasília (BRB) ganha novo capítulo

A novela da aquisição Banco Master por parte do Banco de Brasília (BRB), confirmada na última sexta-feira (28), ganha novos capítulos.

O presidente do Banco CentralGabriel Galípolo, tem uma reunião marcada com Daniel Vorcaro, CEO do Banco Master, para avaliar o processo de aquisição da instituição. Ontem, ele se reuniu com Paulo Henrique Costa, presidente do BRB.

A operação é avaliada em R$ 2 bilhões, sendo que o BRB vai comprar 48% das ações ordinárias (com direito a voto) do Master, e 100% das preferenciais.

As informações eram de que o BC poderia barrar a compra. Segundo informações do jornal O Globo, a transação é arriscada, visto que o banco possui dificuldade de captação de recursos e vinha pagando taxas muito acima dos rivais, de 140% do CDI em seus CDBs.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

2- À espera das tarifas

Lá fora, o clima é de expectativa enquanto os Estados Unidos não anuncias as suas tarifas recíprocas, que devem ser apresentadas por Donald Trump na quarta-feira (2), evento que está sendo chamado pelo presidente de “o dia da Libertação” dos EUA.

Ontem, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), divulgou um relatório acusando 59 países — incluindo o Brasil — de imporem numerosas barreiras e tarifas contra produtos americanos.

No caso do Brasil, o documento diz que o governo impõe tarifas relativamente altas sobre as importações em uma ampla gama de setores, incluindo automóveis, peças automotivas, tecnologia da informação e eletrônicos, produtos químicos, plásticos, maquinário industrial, aço, têxteis e vestuário.

O USTR alerta que a “falta de previsibilidade” das alíquotas brasileiras traz dificuldade aos exportadores norte-americanos na projeção de custos para fazerem negócios no país, que apresenta restrições e exige que os contratos contenham requisitos de compensação. Ou seja, o Brasil está na mira das tarifas recíprocas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na semana passada, Trump tentou acenar para os investidores, afirmando que as taxas podem ser menores do que ele estava se comprometendo, mas o temor segue. A avaliação é de que as medidas protecionistas resultarão em um aumento dos preços inevitável, afastando a inflação da meta de 2%, tão perseguida pelo Federal Reserve nos últimos anos.

3 – Bolsas americanas enfrentam quedas

O primeiro trimestre de 2025 terminou com fortes perdas para os mercados dos Estados Unidos, refletindo incertezas políticas e econômicas. O S&P 500 recuou 4,6% no período, registrando seu pior desempenho trimestral em três anos. Já o Nasdaq 100 teve queda de 8,3%, a maior desde 2021, pressionado principalmente pelo setor de tecnologia.

Além do desempenho negativo dos índices, o comportamento do dólar surpreendeu os investidores. Tradicionalmente visto como porto seguro em momentos de turbulência, a moeda americana oscilou de forma errática. “O dólar não tem seguido o roteiro clássico de refúgio seguro. Essa volatilidade alimenta especulações sobre moedas rivais se tornando alternativas mais confiáveis”, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

No início do trimestre, o mercado demonstrava otimismo, impulsionado pela expectativa de um segundo mandato de Donald Trump, com promessas de desregulamentação e cortes de impostos. No entanto, esse cenário logo se desfez. “O que parecia ser um ambiente de previsibilidade se transformou em um campo minado de tarifas, atritos diplomáticos e incertezas econômicas”, observa Spiess.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Agora, abril começa com investidores em compasso de espera e foco na quarta-feira, 2 de abril — data apelidada por Trump de “Dia da Libertação”. “O mercado entra no mês tentando conter os danos, com nervos à flor da pele diante dos próximos desdobramentos políticos e econômicos”, conclui o analista.

  • VEJA MAIS: Copom deixa ‘recado oculto’ para investidores após nova alta da Selic; confira

4 – Petróleo sobe quase 3% com tensão geopolítica e ameaça tarifária de Trump

O petróleo encerrou o pregão de ontem com forte alta, impulsionado por uma combinação de riscos geopolíticos e novas ameaças tarifárias. O barril do Brent para junho subiu quase 3%, fechando a US$ 74,77, em meio a declarações controversas do presidente dos EUA, Donald Trump.

“O mercado de petróleo está sendo diretamente impactado pelo cenário político global. As ameaças de Trump de impor tarifas de 25% ao petróleo russo e suas declarações agressivas contra o Irã aumentam a incerteza e colocam pressão sobre os preços”, explica Spiess.

Além das tensões diplomáticas, os conflitos renovados na Faixa de Gaza adicionaram mais um fator de risco à equação. “A perspectiva de uma escalada militar prolongada no Oriente Médio reforça a cautela dos investidores e mantém o petróleo em patamares elevados”, destaca.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No campo dos fundamentos, os dados também reforçam a tendência de alta. A demanda por petróleo nos EUA atingiu, em janeiro, o maior nível já registrado para o mês desde 1963, enquanto a produção doméstica caiu para 13,146 milhões de barris por dia, menor patamar desde fevereiro de 2024.

“A conjunção de oferta mais apertada e riscos geopolíticos faz com que o barril esteja mais confortável orbitando os US$ 75 do que voltando para a região dos US$ 70”, avalia Spiess. “E, dependendo do desenrolar das tensões internacionais, esse movimento de alta pode estar longe do fim”, conclui.

5- Quem entra e quem sai do Ibovespa? B3 divulga 1ª prévia da carteira do índice

Na disputa pelo grupo mais seleto da B3, duas ações darão ‘adeus’ ao Ibovespa a partir de maio: Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), segundo a primeira prévia do índice divulgada nesta terça-feira (1º). A saída dos papéis já era esperada pelo Bank of America (BofA)BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos.

No caso de Automob, que ingressou no Ibovespa em dezembro passado com a cisão da Vamos (VAMO3), as ações da companhia têm operado abaixo de R$ 1 — o que infringe um dos critérios da B3 para a permanência do papel na carteira do principal índice da bolsa brasileira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, deve sair devido à negociabilidade da ação. As duas ações devem dar espaço para Direcional (DIRR3), que passa a integrar a carteira do índice a partir de maio, ainda de acordo com a prévia.

Com as mudanças, a nova carteira teórica do Ibovespa vai contar com 86 papéis de 83 empresas brasileiras.

*Com informações de Reuters 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.