Ibovespa (IBOV): AMER3, VALE3 e os fatores que levam o índice a tombar

O Ibovespa inicia a semana com tombo em meio ao caos na Americanas (AMER3), queda das commodities e sem a liquidez de Wall Street. Por volta das 12h54, o índice caia 1,5%, a 109.241 pontos.
Nos Estados Unidos, os americanos dão uma pausa para comemorar o feriado de Martin Luther King, diminuindo a liquidez por aqui.
A queda do índice ocorre após uma semana de ganhos de 1,79%. Victor Benndorf, da casa de análise que leva o seu nome, explica que as medidas de Fernando Haddad, anunciadas na quinta-feira, foram “marginalmente” positivas.
“É aumento de receita para cobrir o rombo, mas que não trata de corte de gastos. O fato do governo falar em balancear as contas é positivo”, discorre.
Ele ainda diz que o Ibovespa encontra uma resistência em 114.500 pontos “e nós vimos o minério de ferro bater em uma resistência forte, o que fez a Vale (VALE3) dar uma realizada de lucros”.
Nesta sessão, a companhia cai 2,53%, a R$ 91,45, apoiada no minério de ferro, que despencou em Singapura depois que autoridades chinesas prometeram supervisionar de perto os preços no mercado.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China disse em comunicado no domingo que seus funcionários se reuniram com empresas do setor — sem identificá-las — para lembrá-las de “verificarem cuidadosamente e serem precisas” antes de publicarem informações.
Do lado macro, os economistas ouvidos pelo Banco Central revisaram a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passando de 5,36% para 5,39%. Há um mês, a expectativa era de 5,17%.
“Isso mantém a Selic lá em cima e é um catalizador negativo no mercado. A piora da conjuntura macro leva os investidores realizem movimento de realização na bolsa”, diz.
Ibovespa e a Americanas
Já ações da Americanas voltam a liderar as perdas do Ibovespa com os novos desdobramentos da saga dos R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis detectados no balanço da companhia.
A relação entre os acionistas e os credores está estremecida, criando um cenário ainda mais nebuloso em relação ao futuro da varejista.
Na sexta, a Americanas conseguiu decisão liminar que a protege por 30 dias contra o vencimento antecipado de dívidas. O prazo permite que a companhia acerte um acordo com os credores ou entre com pedido de recuperação judicial.
Em contrapartida, o BTG Pactual recorreu na Justiça contra a liminar, segundo documentos vistos pela Reuters. Os advogados do BTG argumentam que a liminar determina ilegalmente o estorno de um pagamento feito pela Americanas ao BTG.