Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) começa terça-feira (9) agitada por Copom e China

09 maio 2023, 7:56 - atualizado em 09 maio 2023, 7:59
Ibovespa inicia a terça-feira (9) agitada por dados da balança comercial da China e pela ata do Copom (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) começa o agito na terça-feira (9) bem cedo. Os dados mistos da balança comercial da China abrem o dia. Logo mais, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga a ata da reunião da semana passada. 

Na ocasião, um comunicado menos duro (“hawkish”) deixou a sensação de que o próximo passo será em direção ao início de cortes na taxa Selic. Aliás, os investidores estão ávidos por esse movimento, cientes de que é por causa da renda fixa que as ações brasileiras estão baratas.

Porém, o documento deve ser visto pelo retrovisor. Afinal, ainda que o Copom tenha sinalizado que o juro básico não cairá em junho, a indicação de Gabriel Galípolo para a diretoria mais importante do Banco Central muda o jogo a partir do momento em que ele assumir o cargo. 

Os mercados não sabem exatamente o que esperar do braço direito do ministro Fernando Haddad no BC. Há quem diga que não seja nada mais natural do que indicar alguém de confiança. Só que isso significa que o BC pode ter um viés mais “à esquerda”. Ou seja, fica a dúvida se a indicação foi uma jogada de mestre do governo ou se criou-se um ‘climão’ no Copom.

Ibovespa monitora exterior

Seja como for, o Ibovespa não deve descartar o temor crescente de recessão nos Estados Unidos. Os alertas de que a crise de crédito dos bancos regionais é apenas os primeiros sinais de um problema maior elevam a cautela no exterior. Ao mesmo tempo, o recorrente impasse sobre o teto da dívida nos EUA amplia as preocupações. 

Aliás, as exportações da China em abril lançam luz sobre um cenário sombrio no restante do mundo. A demanda externa por produtos chineses desacelerou a 8,5%, em base anual, de +14,4% em março. Já as importações frustraram as expectativas de recuperação e caíram ao nível mais baixo em 12 meses.

De um lado, as exportações tendem a cair ainda mais, antes de chegar ao fundo do poço ainda este ano, em meio à perda de tração da economia global. De outro, a recuperação do consumo doméstico deve levar a uma melhora das importações chinesas nos próximos meses – mas não se trata de demanda por minério de ferro.

Aliás, é bom lembrar, que cerca de 90% do desempenho negativo do Ibovespa no acumulado do ano deve-se ao impacto dos preços da commodity metálica – e do petróleo, ainda que em menor grau – nas ações da Vale (VALE3), as siderúrgicas e petrolíferas. Já o segundo setor de maior peso na bolsa – dos bancos – vem se recuperando rapidamente. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,33%; o do S&P 500 tinha baixa de 0,36% e o Nasdaq recuava 0,42%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras caíam 0,74%, enquanto os da Vale tinham leve baixa de 0,07%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,69%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,27%, a de Paris cedia 0,86%, enquanto a de Londres tinha queda de 0,42%

Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 1,01%; na China, Hong Kong caiu 2,12% e a Bolsa de Xangai recuou 1,10%;

Câmbio: o índice DXY subia 0,15%, 101.53 pontos; o euro tinha baixa de 0,22%, a US$ 1,0982; a libra oscilava com +0,01%, a US$ 1,2619; o dólar caía 0,17% ante o iene, a 134,90 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,488%, de 3,513% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,979%, de 3,995% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,17%, a US$ 2.036,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,85%, a US$ 72,54 o barril; o do petróleo Brent recuava 0,82%, a US$ 76,38 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em alta de 2,41% em Dalian, a 722 yuans (após ajustes).

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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