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Ibovespa (IBOV) em 150 mil pontos? XP eleva projeção do valor justo do índice — mas aponta 5 fatores de atenção para bolsa brasileira

02 jun 2025, 15:08 - atualizado em 03 jun 2025, 14:54
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(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A XP Investimentos elevou a sua projeção de valor justo para o Ibovespa no fim de 2025 de 149 mil pontos para 150 mil pontos, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (2). A revisão ocorre em meio à queda das taxas de longo prazo das NTN-Bs e a continuidade de uma forte entrada de capital estrangeiro na Bolsa brasileira.

O movimento acompanha um cenário global ainda resiliente e uma recuperação ampla dos mercados latino-americanos. Em maio, o Ibovespa subiu 1,5% em reais e acumula valorização de 23% em dólares em 2025, puxado sobretudo pela compra de ações por investidores internacionais, que já aportaram R$ 22,1 bilhões neste ano, o maior volume para o período desde 2022.

Apesar do desempenho positivo, a XP alerta para possíveis correções no curto prazo. O relatório destaca cinco fatores de atenção:

  • a compressão do prêmio de risco para os menores níveis desde 2021;
  • piora na dinâmica de lucros, especialmente entre empresas de commodities;
  • forte dependência dos fluxos estrangeiros; sinal de sobrecompra com base no indicador de sentimento da casa (“extremo otimismo”);
  • e incertezas macroeconômicas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Este último item ainda é o que mais preocupa o mercado e o próprio time da XP.

O vai e vem nas tarifas e o crescente sentimento de incerteza tem abalado os mercados, ainda que neste último mês os possíveis acordos comerciais tenham dado às bolsas norte-americanos uma forte recuperação, as constantes falas e decisões de Trump não dão trégua.

Além disso, a política fiscal americana voltou ao radar dos investidores, com o aumento das preocupações em torno do novo pacote fiscal proposto pela administração Trump.

Por aqui, enquanto a questão estava concentrada somente na possibilidade do fim do aperto monetário, o mercado reagia bem. No entanto, uma mudança nas regras do IOF para auxiliar a política fiscal causou uma reação negativa.

Por outro lado, os analistas da XP mantêm uma visão construtiva para o médio e longo prazo. O valuation da Bolsa segue atrativo, com múltiplo preço/lucro de 7,9 vezes, e fundamentos estruturais sustentam o otimismo, como uma demografia favorável, liderança brasileira em commodities, avanço tecnológico, potencial das reformas estruturais e desconto persistente nas ações brasileiras frente a pares globais.

“Começamos o ano adicionando exposição a papéis cíclicos domésticos, como as construtoras, que já acumulam alta de 41% no ano. Agora, reduzimos um pouco o beta das carteiras, focando em ativos de qualidade e baixa alavancagem”, apontam os analistas no relatório.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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