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Ibovespa: ‘Não seria loucura imaginar a 150 mil pontos’; analista cita 3 gatilhos para continuar otimista

13 maio 2025, 20:01 - atualizado em 13 maio 2025, 20:03
Alta ações ibovespa
Ibovespa disparou aos 139 mil pontos com possível fim do ciclo de altas na Selic, commodities e desaceleração da inflação nos EUA (Imagem: iStock.com/erhui1979)

O Ibovespa conseguiu encostar nos 139 mil pontos, máxima histórica. Após ‘vacilar’ na última sessão, quando as bolsas nos Estados Unidos subiram mais de 4% com um possível acordo com a China, o índice desencantou nesta terça.

Entre os fatores que ajudaram o IBOV, está o índice de inflação nos Estados Unidos, que veio melhor do que o esperado. Isso alimenta a esperança de um corte de juros no país.

O Brasil também ajudou. A ata do Copom, divulgada mais cedo, reforçou a expectativa de que os juros só vão subir se o cenário se deteriorar. Por outro lado, é esperado que haja manutenção do patamar mais alto por mais tempo.

Atualmente em 14,75%, a maior taxa em duas décadas, economistas chegaram a prever uma taxa de até 17% no pico do estresse no final do ano passado.

Cenário ainda favorável para o Ibovespa

Segundo Matheus Amaral, especialista em renda variável no Inter, o cenário ainda é favorável para a bolsa brasileira. Ele cita três gatilhos:

  1. Primeiro, porque ela segue negociando com um desconto relevante em relação aos seus pares internacionais;
  2. Segundo, há uma expectativa crescente de corte na taxa de juros — “ainda é cedo para dizer, mas a curva já vem precificando queda nos juros”;
  3. No cenário externo, há sinais de alívio nas tensões comerciais, especialmente com a redução de tarifas entre EUA e China.

A estimativa da casa é de que o Ibovespa possa alcançar algo próximo dos 140 mil pontos até o final do ano.

Ele diz que isso se baseia em um valuation ainda abaixo, na casa de 7,5 vezes os lucros esperados para 2025, segundo o consenso de mercado.

“Qualquer melhoria no ambiente doméstico pode trazer um valuation melhor para a nossa bolsa, que pode ficar acima dessa média dos últimos três anos de 7,5x.”

Ainda segundo ele, “não seria loucura imaginar um IBOV a 150 mil pontos”, por exemplo, se a percepção de risco melhorasse, já que isso representaria apenas 8x os lucros.

“No entanto, seguimos atentos ao risco fiscal, que continua sendo um ponto de atenção relevante no cenário local.”

Setores que mais prometem

Entre os setores que mais devem se favorecer dessa nova ‘pernada’, está o consumo discricionário.

“Além disso, segmentos como o financeiro, saúde, varejo e imobiliário tendem a se beneficiar.”

Matheus também cita empresas mais alavancadas e com perfil de crescimento, que também ganham tração, já que o juros menor no futuro retira pressão dos resultados, enquanto o macro melhor contribui para o consumo.

Nesta terça, as ações da Hapvida (HAPV3) lideraram os ganhos do Ibovespa, impulsionadas pelo balanço do primeiro trimestre (1T15).

A operadora de saúde reportou um lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), uma queda de 15,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar do recuo anual, os analistas consideraram os resultados positivos, com destaque para os depósitos judiciais e para a melhora na sinistralidade. 

Já a ponta negativa foi liderada por Yduqs (YDUQ3), com a reação negativa aos números do 1T25.

A educacional registrou lucro líquido ajustado de R$ 153,7 milhões entre janeiro e março, uma queda de 11,4% em relação ao mesmo período de 2024. Para os analistas, a Yduqs apresentou resultados mistos no 1T25, com queda no lucro líquido e Ebitda ajustado e crescimento forte da geração de caixa. 

O balanço foi acompanhado de uma revisão nas estimativas da companhia: a educacional cortou a projeção de lucro por ação (LPA) para a faixa entre R$ 1,70 a R$ 2,00 em 2025.

Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR3;PETR4) também repercutiu o balanço do 1T25 e encerrou a sessão em alta de quase 2%.

De janeiro a março, o lucro líquido atingiu R$ 35,2 bilhões, alta de 48,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Para o BTG Pactual, os resultados não foram excelentes, mas também não foram decepcionantes.

Durante a teleconferência de resultados, a CEO Magda Chambriard afirmou que o momento é de “austeridade” e controle de custos, para enfrentar a queda do petróleo. No trimestre, o Brent — tipo utilizado como referência pela Petrobras — perdeu US$ 20, saindo da casa dos US$ 85 para os atuais US$ 65.

Já Vale (VALE3) também fechou em alta de cerca de 2% na esteira do minério de ferro, ainda em reação ao acordo entre EUA e China.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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