Ibovespa engata 4ª alta mensal consecutiva em novembro e tem melhor desempenho desde agosto de 2024
O Ibovespa (IBOV) fechou o décimo primeiro mês de 2025 continuando o ritmo de forte valorização, iniciado em agosto, agora com o impulso das negociações comerciais com os Estados Unidos e a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário na maior economia do mundo.
Em novembro, o índice acumulou valorização de 6,37%, o melhor desempenho mensal desde agosto de 2024.
O mês foi, mais uma vez, marcado por recordes seguidos, que levaram o principal índice da bolsa brasileira a ganhar dez mil pontos: dos 149 mil pontos para os 159 mil.
O “empurrão” no mercado brasileiro foi dado pela injeção de capital estrangeiro, favorecido principalmente pela queda de juros nos Estados Unidos e pelo diferencial entre as taxas, na expectativa de um novo corte nos juros da maior economia do mundo.
Na última semana, o mercado consolidou as apostas de continuidade do ciclo de afrouxamento monetário. Agora a precificação é de mais de 80% de chance de o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) reduzir os juros para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano na próxima decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em dezembro.
Já por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa Selic estável em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva, em decisão unânime.
Ao longo do mês, os diretores do aurtoridade monetária reafirmaram que os juros vão permanecer em nível elevado pelo tempo necessário para que a inflação convirja para a meta.
Mas uma luz no fim do túnel apareceu: o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, afirmou que uma elevação na Selic não está mais no cenário-base da autarquia – o que levou o mercado a precificar um início do ciclo de cortes na taxa básica de juros entre janeiro e março do próximo ano.
No âmbito fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil por mês, estabelece descontos para rendas de até R$ 7.350 mensais e cria uma taxação para altas rendas – a partir de R$ 600 mil por ano.
A medida, segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, vai gerar um ganho de R$ 1,9 bilhão.
As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos também garantiram a melhora do humor dos investidores. No último dia 20, o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou um decreto suspendendo as tarifas de 40% sobre determinados produtos agrícolas importados do Brasil. Ao todo, 238 produtos voltaram a ser isentos, entre eles estão café, carne bovina e frutas.
A medida é retroativa e vale para mercadorias que chegaram aos EUA a partir de 13 novembro — data em que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário do Estado norte-americano, Marco Rubio, se reuniram em Washington.
As negociações, porém, ainda não acabaram, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. O tarifaço de Trump ainda atinge 22% das exportações brasileiras ao país, em especial produtos da indústria, como máquinas e equipamentos.
Liquidação do Banco Master
Entre os destaques do mês, o Banco Master foi liquidado pelo Banco Central no último dia 19. O BC decretou regime especial nas instituições do Master devido a uma grave crise de liquidez, destacando que o conglomerado detém 0,57% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
A Operação Compliance Zero da Polícia Federal culminou na prisão banqueiro Daniel Vorcaro, dono e CEO do Banco Master. Segundo a PF, a fraude pode girar em torno de R$ 12 bilhões, disse o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, em depoimento na CPI do Crime Organizado, no Senado.
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC), por sua vez, estima que terá de desembolsar R$ 41 bilhões para pagar as garantias aos credores do Banco Master, após o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial da instituição.
O montante corresponde a um terço do caixa do FGC. Dados de setembro mostram que o fundo possuía patrimônio de R$ 160 bilhões, dos quais R$ 122 bilhões estavam disponíveis em recursos líquidos para cumprir sua função de proteção ao sistema.
As maiores altas do Ibovespa em novembro
| CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO MENSAL |
| MRVE3 | MRV ON | 23,02% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | 21,37% |
| RADL3 | RD Saúde ON | 20,05% |
| PETZ3 | Petz ON | 19,62% |
| VAMO3 | Vamos ON | 18,21% |
| B3SA3 | B3 ON | 18,17% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 17,26% |
| CPFE3 | CPFL Energia ON | 17,24% |
| AXIA6 | Axia Energia PNB | 16,57% |
| TAEE11 | Taesa units | 16,49% |
As maiores quedas do índice no mês
| CÓDIGO | NOME | VARIAÇÃO MENSAL |
| HAPV3 | Hapvida ON | -54,92% |
| RECV3 | PetroReconcavo ON | -13,85% |
| BEEF3 | Minerva ON | -13,23% |
| RAIZ4 | Raízen ON | -11,58% |
| CSNA3 | CSN ON | -10,59% |
| CMIN3 | CSN Mineração ON | -8,63% |
| POMO4 | Marcopolo PN | -8,49% |
| NATU3 | Natura ON | -7,99% |
| BRAV3 | Brava Energia ON | -7,59% |
| USIM5 | Usiminas PNA | -4,59% |