Mercados

Ibovespa cai mais de 1% com queda do PIB do Brasil e retórica de Trump no radar

29 maio 2020, 12:09 - atualizado em 29 maio 2020, 12:10
Mercados - Ibovespa
A queda do PIB do Brasil contamina o ânimo do Ibovespa no pregão desta sexta-feira (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A bolsa paulista começava o último pregão de maio sem uma tendência clara, em meio à cautela sobre um discurso que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu fazer sobre a China nesta sexta-feira, que pode agravar a tensão entre os dois gigantes econômicos.

Às 12:09 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 1,36%, a 85.788,80 pontos.

“Um acirramento das tensões sino-americanas tem configurando uma das maiores ameaças para a recuperação dos mercados desde o fim da semana passada”, observou a equipe da Guide Investimentos, em relatório a cliente.

Além das questões comerciais e da pandemia, os atritos entre Washington e Pequim envolvem medidas norte-americanas contra abuso de minorias muçulmanas na China e as últimas investidas do governo chinês em Hong Kong, considerado pelos EUA como uma ameaça à autonomia da região.

No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre mostrou contração de 1,5% frente ao últimos três meses de 2019, em linha com o esperado, e retração de 0,3% sobre o resultado do primeiro trimestre do ano passado, um pouco abaixo do declínio de 0,4% estimado em pesquisa Reuters.

O fechamento da semana também deve ser influenciado pelas operações relacionadas ao rebalanceamento dos MSCI Global Standard Indexe.

Bandeira do Brasil
Queda de 1,5% do PIB do Brasil evidencia os primeiros sintomas do coronavírus no campo macroeconômico (Imagem: Flickr/Isac Nóbrega/PR)

Entre as ações brasileiras, foram excluídos os papéis da Embraer (EMBR3) e adicionados os de Copel (CPLE3) e CPFL Energia (CPFE3).

Destaques

–  Petrobras (PETR4) perdia 1,67%, em movimento alinhado à queda dos preços do petróleo no mercado externo. Petrobras (PETR3) cedia 1,61%.

Itaú Unibanco (ITUB4) recuava 1,5%, com os bancos novamente entre as maiores pressões de baixa do Ibovespa. Bradesco (BBDC4) caía 3% e Banco do Brasil (BBAS3) perdia 3,25%.

Vale (VALE3) avançava 2,81%, fornecendo algum suporte ao Ibovespa, com os contratos futuros de minério de ferro negociados na China subindo mais de 6% nesta sexta-feira e alcançando o quinto ganho semanal consecutivo.

A mineradora informou nesta sexta-feira que conseguiu na Justiça a manutenção das operações do complexo de minério de ferro de Itabira (MG), após obter decisão favorável em uma ação judicial.

Minério de ferro Mineração Commodities
A disparada do minério de ferro na China também sustenta a valorização dos papéis da mineradora Vale (imagem: Reuters/Muyu Xu)

No setor de mineração e siderurgia, CSN (CSNA3) disparava 8,22%, Usiminas (USIM5) subia 3,17% e Gerdau (GGBR3) perdia 1,77%.

Embraer (EMBR3) disparou 9,74% e entrou em leilão, após a Reuters noticiar que fabricantes estrangeiros de aviões estão rondando a companhia semanas após a Boeing (BA) abandonar os planos para uma combinação histórica na aviação comercial, conforme fontes familiarizadas com o assunto.

MRV (MRVE3) mostrava queda de 3,3%, após reportar queda no lucro do primeiro trimestre, uma vez que o aumento das provisões esperadas para inadimplência e a concessão de maiores descontos mostraram os primeiros impactos da pandemia da Covid-19 sobre as margens da construtora.

Em teleconferência, executivos da construtora afirmaram que decidirão mais para o final do ano sobre manutenção de política de dividendos.

Hering (HGTX3) subia 0,5%, revertendo perdas do começo do pregão, tendo de pano de fundo um tombo de quase 90% no lucro do primeiro trimestre, com a varejista de vestuário diretamente afetada pelas medidas de isolamento social tomadas em meados de março no país para tentar conter a pandemia do coronavírus.

Pag Seguro (PAGS) avançava 5% em Nova York, após reportar na véspera balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de 356,9 milhões de reais, alta de 15,2% na comparação ano a ano. O volume transacionado de pagamentos subiu 29,7%, para 31,657 bilhões de reais.

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