Mercados

Ibovespa recua aos 141,7 mil pontos, em dia de ajustes após máximas; dólar fecha a R$ 5,41

08 set 2025, 17:20 - atualizado em 08 set 2025, 17:41
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(Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) recuou nesta segunda-feira (8), refletindo uma realização de lucros e com o declínio de ações de bancos e varejistas entre as maiores pressões negativas, enquanto os mercados aguardam o reinício do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal na terça-feira e a divulgação do IPCA de agosto na quarta.

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Mais do que a condenação em si, o mercado teme que o julgamento provoque novas medidas comerciais dos Estados Unidos contra o Brasil, após o presidente norte-americano Donald Trump ter estabelecido tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. Na ocasião, Trump citou o julgamento de Bolsonaro como um dos motivos para a tarifação.

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Por volta de 17h20, a referência do mercado acionário brasileiro caía 0,59%, aos 141,7 mil pontos. O volume financeiro somou R$ 16,7 bilhões, bem abaixo da média diária de R$ 23,8 bilhões no ano.

O dólar terminou a sessão praticamente estável, a R$ 5,4173 (+0,09%).

Na última sexta-feira, o Ibovespa encerrou a 142.640,14 pontos, marcando 143.408,64 pontos na máxima, renovando seus topos históricos para o fechamento e no intradia, em meio à perspectiva de corte de juros nos EUA na próxima semana.

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Dados norte-americanos de inflação também estão na pauta da semana e podem definir as apostas para a decisão do Federal Reserve.

Em Wall Street, a semana começou com viés positivo. O S&P 500 fechou em alta de 0,21%, enquanto o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA recuou, em meio a apostas de que o Federal Reserve reduzirá a taxa de juros da maior economia do mundo no próximo dia 17.

Juros futuros

As taxas dos DIs oscilaram em margens estreitas nesta segunda-feira. No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 13,925%, em baixa de 1 ponto-base ante o ajuste de 13,932% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,235%, ante o ajuste de 13,241%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,48%, ante 13,512% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,66%, em queda de 5 pontos-base ante 13,705%.

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No exterior os rendimentos dos Treasuries cederam desde cedo, dando continuidade ao movimento da sexta-feira após dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos ampliarem as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve na semana que vem.

Ainda no Brasil, relatório Focus divulgado pela manhã mostrou que a mediana projetada pelos economistas do mercado para a inflação seguiu em 4,85% em 2025, após 14 semanas seguidas de queda, e foi de 4,31% para 4,30% em 2026. Já as projeções para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) foram de 2,19% para 2,16% em 2025 e de 4,31% para 4,30% em 2026.

Disparada das áreas

Fora do Ibovespa, as ações da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54) destoaram das demais ao dispararem mais de 15% no pregão desta segunda-feira (8). Segundo Felipe Sant’Anna, especialista em investimentos do grupo Axia Investing, as ações dão sequência ao fluxo de compras dos últimos dias em ativos de risco e papéis “baratos” da bolsa brasileira.

“Chama a atenção o volume de compra de ações da Azul, tendo JP MorganUBS e Goldman no topo da lista, com até 4 milhões de papéis comprados. Existe a possibilidade de estarmos diante de um short squeeze, principalmente em Azul, que pode levar o preço para cima de R$ 2, rapidamente”, conta Sant’Anna.

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O especialista pontua ainda que, pela amplitude, a B3 tem suspendido as negociações e colocado o ativo AZUL4 em leilão “para acalmar o mercado e estabilizar a cotação”.

No Ibovespa, Raízen (RAIZ4) avançou 5,47%, ainda sob efeito de notícias sobre possíveis interessados em investir na companhia. A Raízen reiterou mais cedo que seus acionistas controladores têm avaliado alternativas estratégicas de capitalização, mas que até o momento não há qualquer decisão.

Já a CVC (CVCB3) recuou 4,5%, em pregão de ajustes, após alta de mais de 4% na última sexta-feira, acompanhando o declínio em papéis atrelados à economia doméstica. Magazine Luiza (MGLU3) caiu 3,88%.

Mercados em ‘parafuso’ na Argentina

Na Argentina, os mercados financeiros despencaram nesta segunda-feira em resposta à surpreendente derrota do governo libertário nas eleições legislativas na influente província de Buenos Aires, antes das eleições nacionais de meio de mandato.

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O revés inesperadamente severo no diferencial de votos refletia-se nos ativos domésticos, com as ações caindo mais de 13% no início das negociações e os títulos soberanos caindo mais de 6% nas negociações de balcão antes da abertura.

Além disso, o peso despencou para os níveis mais baixos de todos os tempos, enquanto o presidente Javier Milei convocou seu gabinete para analisar com urgência a situação difícil.

*Com informações da Reuters

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