Mercados

Ibovespa recua após duas altas com incertezas econômicas no radar

15 abr 2020, 12:05 - atualizado em 15 abr 2020, 12:51
Ibovespa
Investidores estão particularmente atentos à temporada de resultados trimestrais de companhias dos Estados Unidos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A bolsa paulista começava a quarta-feira com viés negativo, após o Ibovespa encostar nos 80 mil pontos na véspera, alinhada a ativos de risco no exterior diante de persistentes incertezas sobre os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus.

Às 12:05, o Ibovespa (IBOV) caía 2,08%, a 78.269,81 pontos. Na véspera, o Ibovespa subiu 1,37%, a 79.918,36 pontos, na segunda alta seguida, ampliando os ganhos em abril para 9,45%, enquanto no acumulado do ano o desempenho ainda estava negativo em 30,9%.

Para Arthur Kroeber, chefe de pesquisa na Gavekal, do ponto de vista do controle de infecções, a perspectiva é muito mais positiva. “O caminho para a recuperação econômica, no entanto, ainda parece lento e difícil”, afirmou em relatório.

Investidores estão particularmente atentos à temporada de resultados trimestrais de companhias dos Estados Unidos, que começou nesta semana e mostrará os primeiros reflexos da pandemia na maior economia do planeta.

Os futuros acionários em Wall Street recuavam nesta manhã, com números piores do que as expectativas sobre o varejo norte-americano referendando vendas após forte valorização dos índices na véspera. A queda do petróleo também pesa.

No Brasil, também continuam no radar a chamada PEC do orçamento de guerra e o polêmico projeto de auxílio a Estados e municípios, em razão do forte impacto nas contas públicas e já foram encaminhados para análise dos senadores.

Mercados - Wall Street
Investidores estão particularmente atentos à temporada de resultados trimestrais de companhias dos Estados Unidos (Imagem: REUTERS/Carlo Allegri)

Destaques

Petrobras (PETR3; PETR4) caíam 4,4% e 3,9%, respectivamente, entre as maiores quedas, tendo de pano de fundo o tombo dos preços do Brent no exterior, reflexo de preocupações com a queda na demanda em razão do Covid-19.

Vale (VALE3) perdia 3,3%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no vermelho. Analistas do BTG Pactual veem a demanda no setor siderúrgico retornando aos níveis de 2005 em razão dos reflexos da pandemia do novo coronavírus e cortou preços-alvo no setor. Gerdau (GGBR4) cedia 5%, CSN (CNSA3) recuava 3,5% e Usiminas (USIM5) caía 4%.

Itaú Unibanco (ITUB4) recuava 3,6% e Bradesco (BBDC4) perdia 3%, também na ponta negativa do Ibovespa.

O BNDES está discutindo com bancos privados os detalhes operacionais de resgates para setores duramente atingidos pela crise do coronavírus: companhias aéreas, montadoras, empresas de energia e grandes varejistas não essenciais, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

Via Varejo Casas Bahia Ponto Frio
A varejista de eletroeletrônicos está pedindo a suspensão de aluguéis de mais de 1.020 lojas físicas fechadas por conta de medidas de quarentena em todo país (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Cogna (COGN3) avançava 6,85%, destaque positivo da sessão, com a rival Yduqs (YDUQ3) em alta de 1,9%.

Natura (NTCO3) valorizava-se 5,8%, no segundo pregão seguido de alta, ampliando o ganho em abril para cerca de 20%, após terminar o primeiro trimestre com queda acumulada de mais de 30%.

Via Varejo (VVAR3VVAR4) tinha acréscimo de 0,7%. A varejista de eletroeletrônicos está pedindo a suspensão de aluguéis de mais de 1.020 lojas físicas fechadas por conta de medidas de quarentena em todo país, como uma forma de lidar com a queda de 50% de sua receita, duas fontes com conhecimento do assunto afirmaram à Reuters.

(Atualizada às 12h05 – Horário de Brasília)

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