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Ibovespa recua mais de 2% com atenções ao coronavírus; Vale cai mais de 5%

27 jan 2020, 11:32 - atualizado em 27 jan 2020, 11:32
Mercados Ibovespa
O surto de coronavírus na China pesa negativamente sobre o principal índice da bolsa brasileira (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta segunda-feira, com o Ibovespa recuando mais de 2%, seguindo o viés de baixa no exterior em meio a preocupações com o surto de coronavírus, que já matou 81 pessoas e contaminou mais de 2,7 mil pessoas na China, bem como se espalhou para vários países.

Às 11:30, o Ibovespa caía 2,45%, a 115.53035 pontos., com todas as ações do índice no vermelho. O volume financeiro somava 4,08 bilhões de reais.

O número total de casos confirmados na China aumentou cerca de 30%, para 2.744, com cerca de metade na província de Hubei, cuja capital é Wuhan.

Mas alguns especialistas suspeitam que o número de pessoas infectadas seja muito maior. Casos já foram confirmados em mais de 10 países, incluindo França, Japão e EUA.

Máscaras China Coronavírus
O número total de casos confirmados na China aumentou cerca de 30%, para 2.744, com cerca de metade na província de Hubei, cuja capital é Wuhan (Imagem: Reuters/Carlos Garcia Rawlins)

O governo chinês estendeu o feriado do Ano Novo Lunar e grandes empresas fecharam as portas ou disseram a funcionários para trabalhar de casa, na tentativa de conter a propagação do coronavírus.

“Os temores estão crescendo na velocidade com que o coronavírus que começou na China se espalhou para os EUA e a Europa”, observou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group, em email a clientes nesta segunda-feira.

“Colocando de lado a tragédia humana, do ponto de vista frio dos mercados, o coronavírus pode servir ao propósito de retirar parte do aquecimento de um mercado que tem subido rapidamente há meses”, observou.

Os futuros em Wall Street também sinalizavam uma abertura negativa do mercado à vista, com a safra de balanços para a semana reservando números de 141 empresas do S&P 500, incluindo Apple, Microsoft e Boeing.

Por volta de 11:00, o futuro do S&P recuava 1,5%.

Destaques

Vale (VALE3)  despencava 5%, em meio ao ambiente de maior aversão a risco no exterior com preocupações sobre os efeitos do surto de coronavírus sobre o crescimento econômico chinês.

Também no radar estava a decisão da mineradora de elevar o nível de alerta da Barragem Sul Inferior, em Minas Gerais, citando as fortes chuvas na região. Outros papéis de mineração e siderurgia também figuravam entre os maiores destaques negativos do índice.

Petrobras (PETR3PETR4) recuavam 3,7% e 3,45%, respectivamente, acompanhando o tombo nos preços do petróleo no mercado internacional, com os papéis ordinários ainda pressionados pela iminência de uma oferta pública das ações da petrolífera de controle estatal detidas pelo BNDES prevista para o começo de fevereiro.

Suzano (SUZB3) caía 4,9%, também na ponta negativa, dada a relevância do mercado chinês para o setor de papel e celulose.

Klabin (KLBN11) recuava 3,2%. As empresas do setor trabalhavam com perspectiva de retomada do mercado e dos reajustes de preços da commoditie após o feriado do Ano Novo chinês, no final deste mês.

Bradesco (BBDC4)perdia 1,3%, com o setor de bancos também pressionado pelo aumento da aversão a risco global. Itaú Unibanco (ITUB4) perdia 0,8%. Santander Brasil (SANB11) tinha oscilação negativa de 0,07%

Gol (GOLL4) mostrava declínio de 3,7%, também afetada pela valorização do dólar em relação ao real, e Azul (AZUL4) tinha queda de 2,8%, além dos receios sobre os efeitos do coronavírus sobre a indústria global de turismo.

Taurus Armas (TASA3;TASA4), que não está no Ibovespa, disparava 12%, após assinar acordo definitivo para a criação de uma joint venture que permitirá a fabricação e comercialização de armas na Índia.

JSL (JSLG3) perdia 3%. A empresa de logística disse nesta segunda-feira que está avaliando a realização de oferta de ações (IPO) da subsidiária Vamos Locação de Caminhões, Máquinas e Equipamentos S.A., ressaltando que ainda não há qualquer decisão quanto à efetiva realização da operação.

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