Mercados

Cenário externo negativo abre espaço para realização de lucros na B3

16 jul 2020, 10:32 - atualizado em 16 jul 2020, 11:45
Ibovespa
Na quarta-feira, o Ibovespa fechou em alta de mais de 1% (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, após renovar máxima em mais de quatro meses na véspera, com dados chineses de varejo abrindo espaço para alguma realização de lucros, em movimento alinhado a outros mercados no exterior.

Às 11:07, o Ibovespa caía 1,11%, a 100.655,61 pontos. O volume financeiro somava 4,8 bilhões de reais.

Na China, números sobre o PIB no segundo trimestre e a produção industrial em junho ficaram ligeiramente acima das previsões, mas um declínio inesperado nas vendas no varejo trouxe preocupações sobre o consumo naquele país.

A queda de 1,8%, ante expectativas de alta de 0,3%, “exacerbou preocupações com a retomada da atividade”, pontuou a equipe da XP Investimentos, em nota a clientes.

Em Wall Street, o tom negativo prevalecia, mesmo após alta acima do previsto para as vendas no varejo, assim como os resultados de Bank of America e Morgan Stanley, que tiveram lucro melhor do que as previsões.

Do lado negativo, o ressurgimento de novas infecções por Covid-19, bem como o alto nível de desemprego, com 1,30 milhão de pessoas tendo pedido auxílio-desemprego durante a semana encerrada em 11 de julho.

No Brasil, a equipe do BTG Pactual também ressalta que na próxima semana começa a divulgação de balanços do segundo trimestre, que pode levar a revisões de previsões, potencialmente impactando as ações.

Destaques

GOL (GOLL4) e AZUL (AZUL4) cediam 2,87% e 1,67%, respectivamente, após valorização significativa na véspera, conforme prevalecem nesta sessão receios sobre a evolução de casos de Covid-19. CVC BRASIL (CVCB3) perdia 0,32%, também afetada pelo ambiente menos otimista quanto ao fim da pandemia.

Vale (VALE3) mostrava declínio de 1,7%, em sessão de queda dos futuros do minério de ferro e do aço na China, impactados por preocupações com o impacto do clima sobre a demanda, e após a cotação ter atingido máxima histórica nesta semana.

Iguatemi (IGTA3) caía 1,96%, com ações de shopping centers como um todo em baixa, dadas as incertezas ainda sobre o efeito da pandemia no fluxo de clientes nos empreendimentos. BRMALLS (BRML3) recuava 2,17% e Multiplan (MULT3) cedia 1,58%.

Petrobras (PETR3) recuava 1,89%, na esteira da queda dos preços do petróleo no mercado internacional. Petrobras (PETR4) perdia 2,02%.

BTG Pactual (BPAC11) avançava 3,31%, descolada de outras ações de bancos, que sofriam com o viés negativo vindo do exterior. Itaú Unibanco (ITUB4) caía 1,68% e Bradesco (BBDC3) recuava 1,45%.

Marfrig (MRFG3) subia 2,78%, respaldada por relatório do Credit Suisse, que reiterou recomendação ‘outperform’ e elevou o preço-alvo de 16 para 20 reais.

“Há coisas na vida que nos deixam de boca aberta, e os resultados do segundo trimestre de 2020 da Marfrig provavelmente serão um deles”, afirmaram os analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira, estimando alta de 44% na receita líquida e de 194% no Ebitda.

Tim (TIMP3) valorizava-se 2,37%, entre os destaques positivos. Na véspera, o conselho da sua controladora Telecom Italia autorizou o presidente-executivo a examinar e aprovar os termos finais de oferta vinculante para a aquisição de ativos da Oi.

Analistas do Bradesco liderados por Fred Mendes citaram que se trata de mais um passo positivo no sentido de uma oferta formal de aquisição para as operações móveis da Oi que, eles veem ocorrendo até o final do mês.

Para eles, um movimento da TIM no sentido de adquirir os ativos da Oi seria um gatilho de curto prazo para o preço de suas ações.

Braskem (BRKM3) perdia 1,37%. A petroquímica concluiu discussões com autoridades estaduais e federais para ampliação do número de imóveis abrangidos por programa de ressarcimento e realocação de famílias atingidas por fenômeno de afundamento de solo em Maceió.

(Atualizada às 11h44)

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