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Ibovespa sobe e mercado ensaia recuperação, mas cautela deve persistir

20 maio 2019, 18:31 - atualizado em 20 maio 2019, 18:31
O índice Bovespa fechou a segunda-feira em alta de 2,17%, a 91.946 pontos

Por TradersClub

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O investidor deu o benefício da dúvida à política e apertou de novo, mesmo que timidamente, o botão de compra nos mercados de câmbio, juros e renda variável nesta segunda-feira. O dia começou com forte pressão sobre o câmbio, por conta do maior ruído com o suposto embate entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e o Congresso e o acirramento de tensões geopolíticas e diplomáticas mundo afora.

Após atingir a máxima intradiária do ano, o dólar futuro na B3 recuou depois de o Banco Central colocar US$1,25 bilhão em dois leilões de linha e fechou em queda de 0,12%, a R$4,101. Já a bolsa demonstrou comportamento mais positivo, com a procura por barganhas e pelo investidor achar que, apesar do tom cada vez mais agressivo entre presidência e Congresso, há engajamento das duas partes para aprovar uma reforma da Previdência sólida e dentro dos prazos esperados.

O índice Bovespa fechou a segunda-feira em alta de 2,17%, a 91.946 pontos. Os juros futuros fecharam em queda, refletindo o noticiário político e de Previdência, na expectativa de mais deliberações na comissão especial da Câmara. O cenário internacional, carente de notícias sobre as negociações comerciais entre chineses e americanos, a imposição de restrições à atuação da chinesa Huawei em solo norte-americano e as ameaças entre os Estados Unidos e Irã, também demanda postura cautelosa.

Assim, o investidor deve se manter “negativo com o cenário internacional, mas vendo algumas oportunidades no cenário local,” disse Dan Kawa, chefe de investimentos da TAG Investimentos no Rio.

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Na tarde de hoje, Bolsonaro desafiou o Congresso a aprovar uma reforma melhor que a que sua equipe econômica apresentou em janeiro (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Mercados

Na tarde de hoje, Bolsonaro desafiou o Congresso a aprovar uma reforma melhor que a que sua equipe econômica apresentou em janeiro. Ao participar de um evento na Firjan, no Rio, ele disse que o maior problema do Brasil é a classe política e que o suposto embate com o Congresso é uma “grande fofoca”.

Na última sexta-feira, Bolsonaro transmitiu um texto em grupos de Whatsapp, no qual dizia que estaria enfrentando dificuldades para governar, incluindo as pressões de corporações e de todos os poderes por conchavos. No dia, corria a notícia de que o governo prepara uma contraofensiva às manifestações da semana passada contra os cortes nos orçamentos da educação.

Apesar disso, o investidor fez uma aposta pela volta da racionalidade no espectro político. No meio da tarde desta segunda-feira, o Ibovespa tocou a máxima do dia após o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira, demonstrarem afinação nos discursos a respeito da proposta, dando maior tranquilidade quanto à tramitação.

De manhã, serão conhecidos alguns dados como vendas de casas usadas nos EUA e prévia da confiança do consumidor mensal na Zona do Euro (Imagem: Pixabay)

Internacional

A terça-feira e o restante da semana devem ser de mais volatilidade, com o mercado interno navegando ao sabor do cenário político. Analistas políticos e traders se dividem, neste momento, a respeito do poder da gestão Jair Bolsonaro.

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Alguns acham que o presidente tem a faca e o queijo na mão para controlar o Congresso, com a cartada de deixar o Coaf sob a alçada do Ministério da Justiça – o que assustaria muita gente, especialmente da classe política. Por outro lado, há quem veja um governo acuado por um Congresso que vem demonstrando força.

Além das notícias de Brasília, o investidor deverá estar atento, amanhã, aos indicadores internacionais. De manhã, serão conhecidos alguns dados como vendas de casas usadas nos EUA e prévia da confiança do consumidor mensal na Zona do Euro. A OCDE divulgará o panorama econômico do grupo.

Também estão programados os pronunciamentos do presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, e de Boston, Eric Rosengren – que podem trazer alguma pista sobre o rumo dos juros na maior economia do mundo. Fique de olho nos estoques de petróleo bruto semanal, que podem impactar o preço da commodity. Na agenda local, há o segundo dia do leilão de linha convocado pelo Banco Central, que vai até a quarta-feira e deve reduzir a taxa do cupom cambial, mais do que a cotação da moeda, disseram traders.

Além disso, o mercado seguirá atento a possíveis falas dos deputados envolvidos com a reforma, de Guedes e, principalmente, de Bolsonaro a respeito do texto que, segundo Moreira, será apresentado até 15 de junho.

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opiniao@moneytimes.com.br