Mercados

Ibovespa sobe 7% e tem melhor desempenho em uma década

10 mar 2020, 17:19 - atualizado em 10 mar 2020, 18:16
Ibovespa
 O Ibovespa subiu 7,14%, a 92.214,47 pontos  (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

O Ibovespa (IBOV) teve nesta terça-feira a maior alta diária desde 2009, recuperando parte das perdas da véspera, quando teve o pior dia em mais de duas décadas, apoiado em correções técnicas e expectativas de ações coordenadas de autoridades globalmente para proteger as economias dos efeitos do surto de coronavírus.

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As ações da Petrobras também mostraram melhora, após tombo de quase 30% na véspera, mas foram os papéis da Vale que se destacaram, com salto de mais de 18%.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 7,14%, a 92.214,47 pontos, na máxima da sessão, maior alta percentual diária para fechamento desde 2 de janeiro de 2009. O giro financeiro somou 39,6 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa fechou com queda de 12,17%, no pior dia na bolsa em mais de duas décadas, marcado por circuit breaker, conforme decisões da Arábia Saudita derrubaram os preços do petróleo e adicionaram preocupações a um mercado já fragilizado pelo surto do coronavírus.

Na segunda à noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que tomará importantes medidas para proteger a economia do país contra impactos da disseminação do coronavírus. O governo do Japão afirmou que planeja gastar mais de 4 bilhões de dólares em um segundo pacote de ações para lidar com o vírus.

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Agentes financeiros também estão na expectativa da reunião de política monetária do Federal Reserve, na próxima semana, com grande parte apostando que o banco central voltará a cortar o custo do dinheiro nos EUA, em um esforço para apoiar a economia contra crescentes incertezas globais.

“A perspectiva de maiores gastos do governo está ajudando investidores a ignorar a ampliação nas medidas de contenção que reduzirão a atividade econômica”, destacou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group, destacando entre as medidas as restrições de deslocamento na Itália.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 4,9%.

Os preços do petróleo avançaram nesta terça-feira, com o Brent fechando em alta de 8,3%, a 37,22 dólares o barril, após registrar a maior queda em quase 30 anos na véspera, diante da possibilidade de estímulos econômicos e sinais da Rússia de que conversas com a Opep seguem possíveis.

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Mas profissionais do mercado alertam que o cenário ainda é bastante incerto e a volatilidade tende a seguir elevada.

“Investidores continuam avaliando os riscos que surgiram, incluindo o surto do coronavírus, a forte queda nos preços do petróleo, as pressões no mercado de crédito e uma reação morna à surpresa positiva da política monetária da semana passada”, afirmou o Goldman Sachs em nota a clientes.

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Destaques

Vale (VALE3) saltou 18,45%, na esteira da alta dos preços do minério de ferro na China e melhora dos mercados no exterior, em meio a expectativas de estímulos econômicos no mundo, mais do que recuperando o valor de mercado perdido na véspera, com ganho de 36,9 bilhões de reais.

Petrobras (PETR4) subiu 9,41% e Petrobras (PETR3) avançou 8,51%, um dia após queda histórica, com perda de 91 bilhões de reais em valor de mercado. A recuperação foi apoiada na trégua do nervosismo no cenário externo, além de alta dos preços do petróleo, após declínios expressivos na véspera.

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Via Varejo (VVAR3) fechou com elevação de 21,29%, também recuperando-se de recuos significativos nos últimos pregões, seguida pela rival Magazine Luiza (MGLU3), em alta de 16,43%. B2W (BTOW3) subiu 11,51%.

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) valorizavam-se 12,71% e 5,41%, respectivamente, após o dólar sofrer a maior queda diária em seis meses, voltando à casa de 4,64 reais. CVC Brasil (CVCB3) subiu 11,59%.

Ambev (ABEV3) caiu 1,7%, entre as poucas baixas da sessão, após anúncio de investimentos noticiado na véspera, quando também a rival Heineken divulgou plano de expansão de capacidade no país, em investimento de 865 milhões de reais a ser feito no Paraná. O Itaú BBA chamou a atenção para o fato de que nomes considerados muito defensivos, como Ambev, podem ser afetados se o surto de coronavírus prejudicar a demanda base.

(Atualizada às 18h15)

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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