Ibovespa supera os 139 mil pontos pela primeira vez; o que impulsiona o índice nesta terça-feira (13)?

Na primeira hora do pregão, o Ibovespa (IBOV) alcançou a marca inédita dos 138 mil pontos opera em níveis recordes nesta terça-feira (13), com uma combinação de fatores positivos: dados nos EUA que aumentaram as apostas de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed), valorização das commodities e novos acordos entre o Brasil e a China.
Por volta de 16h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira renovou o recorde intradia aos 139.418,97 pontos, com alta de 2,9%. A maior pontuação intradia havia sido registrada na semana passada, em 8 de maio, quando o índice registrou 137.634,57 pontos.
O Ibovespa fechou aos 138.963,11 pontos, com avanço de 1,74%, em novo recorde nominal.
O impulso do Ibovespa foi dado pela forte valorização do minério de ferro. O contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da bolsa de Dalian, na China, subiu mais de 1% e, em consequência, Vale (VALE3) tem alta de quase 1%.
O avanço também é motivado por novos acordos entre o Brasil e a China. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o país poderá exportar mais cinco produtos agropecuários para a segunda maior economia do mundo.
A China autorizou a importação de grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho), farelo de amendoim, miúdos de aves, carne de pato e de peru brasileiros.
Os países também acordaram um memorando de entendimento de medidas sanitárias e fitossanitárias. “São três acordos firmados entre o Ministério da Agricultura e a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). Isso representa a abertura de cinco novos mercados para a agropecuária brasileira, além da cooperação bilateral nas medidas sanitárias e fitossanitárias que aumentam a segurança dos alimentos comercializados entre os países”, escreveu Fávaro em suas redes sociais. “Chegamos a 362 mercados abertos para o agronegócio brasileiro”, acrescentou o ministro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em viagem à China para participar do Fórum China-Celac, que reúne autoridades latino-americanas e caribenhas.
Em um dos encontros, Lula e o presidente da China, Xi Jinping, defenderam o multilateralismo e o livre comércio, em meio à guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos e que atinge os dois países.
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Ata do Copom e balanços
No cenário doméstico, os investidores repercutem a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que concentra as atenções do mercado nesta terça-feira (13).
Na semana passada, o colegiado do BC elevou a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 14,75% ao ano, e deixou a janela aberta para um possível fim do ciclo de aperto monetário.
O documento, divulgado hoje mais cedo pelo Banco Central (BC), destacou que s incertezas em torno da política econômica nos Estados Unidos e a guerra tarifária contra a China têm impacto sobre expectativas de inflação, ainda desancoradas. Para os diretores, o ambiente externo “mostra-se adverso e particularmente incerto”.
Na avaliação da XP, o conteúdo da ata foi neutro em relação ao comunicado. “Mantemos a avaliação que fizemos após a reunião do Copom, na semana passada: o plano atual do Comitê parece ser manter a taxa Selic inalterada nas próximas reuniões, ainda que sem um compromisso firme nesse sentido. A flexibilidade continua sendo essencial”, disse o economista-chefe da XP, Caio Megale.
As atenções também se dividem entre os balanços corporativos, entre eles de Petrobras (PETR3;PETR4), Yduqs (YDUQ3) e Natura (NTCO3) estão entre os destaques.
Cortes nos juros dos EUA
Além da leitura de que o aperto monetário no Brasil já pode ter chegado ao fim, os investidores consolidaram a aposta de uma redução de até 50 pontos-base nos juros dos Estados Unidos até dezembro. Por lá, a taxa básica está no intervalo entre 4,25% a 4,50% ao ano.
As apostas foram calibradas após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que mostrou a desaceleração na taxa anual para 2,3% — no menor nível desde fevereiro de 2021.
Agora a probabilidade de um corte de 50 pontos-base (pb) nos juros pelo Federal Reserve (Fed) até dezembro é majoritária, a 37,0%, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. A chance era seguida por uma aposta de redução mais agressiva, de 75 pontos-base, a 30,1%. Já a probabilidade de um corte menor, de 25 pontos-base, aumentou de 18,8% para 19,4%.
Desde a véspera (12), setembro é o mês mais provável para o início do ciclo de cortes nos juros norte-americanos com o alívio nas tensões comerciais entre os EUA e a China.