Mercados

Ibovespa supera os 140 mil pontos pela primeira vez e renova recorde intradia com Galípolo

19 maio 2025, 12:56 - atualizado em 19 maio 2025, 14:23
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Ibovespa supera os 140 mil pontos com expectativa do fim de altas na Selic após falas de Galípolo em evento (Imagem: Canva/Montagem: Giovanna Figueredo)

Uma semana após alcançar a marca inédita dos 139 mil pontos, o Ibovespa (IBOV) continua em tendência de alta e supera os 140 mil pontos pela primeira vez nesta segunda-feira (19).

Por volta de 13h30 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira renovou o recorde intradia aos 140.071,05  pontos, com alta de 0,63%. A maior pontuação intradia havia sido registrada na semana passada, em 13 de maio, quando o índice atingiu os 139.419,00 pontos.



O gatilho, dessa vez, é a expectativa de que o ciclo de altas na Selic já chegou ao fim. Hoje (19), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que os juros devem permanecer elevados por mais tempo, mas sem fazer uma orientação futura (guidance).

“Para uma economia que temos uma dinâmica surpreendente nos últimos anos mesmo com uma taxa de juros num patamar mais restritivo, com a inflação e com as expectativas desancoradas, como a gente está vendo, a gente realmente precisa permanecer com uma taxa de juros num patamar bastante restritivo por um período bastante prolongado, essa é a nossa visão”, disse Galípolo durante o 12th Annual Brazil Macro Conference, evento do Goldman Sachs, em São Paulo.

Ele, porém, reforçou que o Banco Central ainda está longe de começar a sinalizar qualquer reajuste na taxa básica de juros. “Precisamos ganhar confiança na concepção dos dados para analisar essa convergência”, afirmou.

Segundo o presidente do BC, as expectativas de inflação desancoradas e o cenário econômico atual exigem cautela e que o Comitê de Política Monetária (Copom) continua dependente de dados. Ele ainda disse ser normal o mercado ter um tempo de reação mais rápido em relação aos dados econômicos que surgem, mas que é preciso tomar cuidado para “não se emocionar”.

Na última atualização, de sexta-feira (19), as opções de Copom negociadas na B3 projetam a chance de 62% de manutenção da taxa básica de juros em 14,75% ao ano. No dia anterior, a probabilidade era de 55%.

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O mercado também reage a novos dados econômicos. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) ficou acima do esperado. A prévia do Produto Interno Bruto (PIB) subiu 0,8% em março, após uma alta de 0,5% em fevereiro, e acumula avanço de 4,2% em 12 meses. A expectativa dos analistas consultados pela Reuters era de uma alta de 0,5% na comparação mensal.

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Exterior

Os índices de Wall Street operam em queda nesta segunda-feira (19) com a deterioração do cenário fiscal norte-americano, em meio a análise do Orçamento — que tende a elevar a dívida pública para aproximadamente US$ 37 trilhões, o que equivale a quase 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país — e o rebaixamento da nota de crédito pela agência Moody’s.

Na Ásia, os índices fecharam em tom negativo com os investidores avaliando novos dados econômicos e o rebaixamento da nota de crédito dos EUA. As vendas no varejo na China subiram 5,1% em abril, em relação ao mesmo período do ano anterior, abaixo das estimativas da Reuters de 5,5%. Já a produção industrial cresceu 6,1% em abril, acima das expectativas dos analistas de um aumento de 5,5%, mas desacelerou em relação ao salto de 7,7% em março.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,05%. Já o Nikkei, do Japão, fechou em queda de 0,68%.

Na Europa, as bolsas operam sem direção única, em meio à recuperação da libra esterlina após a União Europeia e o Reino Unido anunciarem um acordo comercial, retomando relações pós-Brexit.  Por volta de 12h30 (horário de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,02%, aos 549,29 pontos.

E o dólar?

O dólar perde força ante as moedas globais, como euro e libra. Por volta de 12h30, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, tinha queda de 0,82%, no nível dos 100 mil pontos.

Ante o real, a moeda norte-americana acompanha o exterior No mesmo horário, a divisa operava a R$ 5,63738 (-0,57%).



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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.