Bula do Mercado

Ibovespa volta ao normal hoje com PEC da Transição e Copom no radar

06 dez 2022, 7:51 - atualizado em 06 dez 2022, 8:16
Ibovespa tem hoje o primeiro pregão sem influência de jogos do Brasil na Copa do Mundo, após duas sessões seguidas de baixa liquidez (Imagem: Dreamstime/ Montagem: Julia Shikota)

O Ibovespa deve buscar certa acomodação nesta terça-feira (6), após o tombo da véspera, quando uma combinação de fatores internos e externos derrubou os negócios. A boa notícia é que a bolsa brasileira volta hoje à normalidade depois de dois pregões seguidos afetados pelos jogos do Brasil na Copa do Mundo

Em ambos os dias, a liquidez foi fortemente afetada, com o giro fraco aguçando o vaivém e deixando os negócios locais mais vulneráveis, oscilando ao sabor do noticiário. Quando a seleção brasileira perdeu na última sexta-feira (2), a bolsa subiu.

Ontem, porém, quando a equipe de Tite passou fácil para as quartas-de-final, o Ibovespa desabou. Ainda bem que esses eventos não têm correlação. Os ativos do Brasil acabaram seguindo a tendência global, sem novidades relevantes no campo local.

Lá fora, os investidores vão se dando conta de que por mais que Federal Reserve reduza o ritmo de alta nos juros na semana que vem, a taxa pode subir mais que o esperado e permanecer nesse nível elevado por mais tempo. Essa percepção somada ao risco fiscal no Brasil provocou um dia de total aversão ao risco ontem. 

Por aqui, os mercados domésticos vão se dando conta de que o furo no teto de gastos deve mesmo ficar na cifra de R$ 198 bilhões, conforme proposto pela equipe de transição do governo eleito. A única mudança deve ser em relação ao prazo, que deixa de ser indeterminado e passa a ser de dois anos. 

PEC da Transição e Copom no radar

Vale lembrar que o mercado apostava em uma desidratação da proposta para um valor menor, de R$ 150 bilhões. Porém, nada ainda está definido. A tramitação da PEC da Transição começa hoje, com a votação na CCJ do Senado (9h30) para então ser encaminhada ao plenário, provavelmente já nesta quarta-feira (7). 

Com isso, os investidores seguem atentos a eventuais alterações na PEC em meio ao trâmite-relâmpago pelo Congresso. Essa expectativa tende a manter os negócios locais na defensiva, à espera também da última reunião de 2022 do Comitê de Política Monetária (Copom). 

O risco fiscal ampliado pelos gastos que podem ser autorizados ao governo Lula aumenta as chances de alta da Selic já em fevereiro de 2023. Por isso, a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros neste mês deve ser acompanhada de um comunicado duro (“hawkish”), dando a entender que o nível de 13,75% está com os dias contados. A conferir.

Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha baixa de 0,13%; o do S&P 500 recuava 0,14%; enquanto o Nasdaq caía 0,11%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda estava sem negociação no pré-mercado; nos ADRs, Vale tinha leve queda de 0,91%, enquanto o da Petrobras cedia 0,18%; 

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,43%; a bolsa de Frankfurt caía 0,29%, a de Paris cedia 0,35% e a de Londres recuava 0,28%;

Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,06%, a 105.21 pontos; o euro subia 0,12%, a US$ 1,0506; a libra tinha queda de 0,15%, a US$ 1,2174; o dólar tinha baixa de 0,12% ante o iene, a 136,63 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,576%, de 3,585% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,371%, de 4,334%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,25%, a US$ 1.785,70 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 1,07%, a US$ 76,11 o barril; o do petróleo Brent recuava 1,05%, a US$ 81,81 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em baixa de 0,64%, a 780 yuans a tonelada métrica.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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