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Ibovespa x Gaza: Até onde o índice pode cair, se a guerra entre Israel e Hamas se agravar?

16 out 2023, 13:54 - atualizado em 16 out 2023, 13:55
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Barril de pólvora: Ibovespa pode ser vítima da guerra entre Israel e Hamas nos territórios palestinos de Gaza (Imagem: REUTERS/ Lisi Niesner)

Embora o Ibovespa opere em alta nesta segunda-feira (16), devido ao Relatório Focus do Banco Central, os investidores seguem apreensivos com o eventual agravamento da guerra entre Israel e o Hamas, cujo palco principal é a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. O mercado teme que a escalada do conflito arraste o Líbano, Irã e a Síria, entre outros países do Oriente Médio.

Por isso, o otimismo que impulsiona o Ibovespa neste começo de semana pode virar rapidamente. Mas, até que ponto, o principal índice da Bolsa brasileira, cairia com a piora do cenário de curto prazo? E, por outro lado, até onde pode subir, se a situação for controlada rapidamente e a guerra entre Israel e Palestina não contaminar a região?

Um sinal da dificuldade em fazer previsões neste momento é a dispersão dos analistas gráficos, cuja metodologia procura detectar tendências de curtíssimo prazo. No geral, há mais consenso sobre os patamares que podem destravar bons potenciais de alta, do que sobre os pisos que, se rompidos, arrastariam o benchmark brasileiro para fortes perdas.

Casa Cotação 16/10* Fechamento 13/10 1º teto % alta** 2º teto % alta** 3º teto % alta**
Itaú BBA 116.511 115.754 117.000 1,08 119.800 3,49 123.000 6,26
XP 116.511 115.754 117.100 1,16 119.780 3,48 123.000 6,26
Genial 116.511 115.754 118.150 2,07 119.780 3,48 123.010 6,26
Empiricus Investimentos 116.511 115.754 117.000 1,08 119.500 3,24 123.000 6,26
Média 116.511 115.754 117.313 1,01 119.715 3,42 123.000 6,26
*Por volta das 13h30
** Sobre 13/10

Do lado da alta, na média de quatro instituições (Empiricus Investimentos, Genial, Itaú BBA e XP Investimentos), a região dos 117.313 pontos é o teto que precisa ser rompido, para que o Ibovespa ganhe força para buscar altas até a próxima resistência, ao redor dos 119.715. Se esse teto também for furado, o índice abrirá caminho para os 123 mil pontos.

Assim, é preciso uma alta média de 1% sobre os 115.754 pontos com que fechou na sexta-feira (13), para que a Bolsa ganhe impulso para perseguir altas de 3,42% (segundo teto) e até 6,26% (terceiro teto) no curto prazo.

Ibovespa x Gaza: Tombo pode chegar a quase 8%, se conflito entre Israel e Hamas piorar

Mas, se o conflito entre israelenses e palestinos se agravar, a ponto de se tornar uma guerra no Oriente Médio, e os investidores fugirem de ativos de risco, o primeiro sinal de um tombo do Ibovespa seria o rompimento do piso de 113.663 pontos. Para chegar lá, o índice precisaria perder 1,81% sobre o fechamento de sexta-feira.

Se passar batido por essa marca, a próxima parada seria nos 110.722 pontos, representando uma queda de 4,35%. E, caso não pare por aí, o fundo do poço, no curto prazo, está na região dos 106.838 pontos, equivalente a um tombo de quase 8% sobre a cotação de referência.

Para piorar a imprevisibilidade, como lembrou um analista técnico, a Bolsa brasileira é tensionada por duas forças opostas. De um lado, o Ibovespa é muito exposto a commodities como o petróleo. Assim, a guerra na Faixa de Gaza pode elevar os preços do barril e, por tabela, favorecer os papéis desse setor que compõem o índice, como a Petrobras (PETR4).

Casa Cotação 16/10* Fechamento 13/10 1º piso % queda** 2º piso % queda** 3º piso % queda**
Itaú BBA 116.511 115.754 113.400 -2,03 111.600 -3,59 108.100 -6,61
XP 116.511 115.754 115.650 -0,09 111.598 -3,59 108.190 -6,53
Genial 116.511 115.754 111.600 -3,59 108.190 -6,53 101.060 -12,69
Empiricus Investimentos 116.511 115.754 114.000 -1,52 111.500 -3,67 110.000 -4,97
Média 116.511 115.754 113.663 -1,81 110.722 -4,35 106.838 -7,70
*Por volta das 13h30
** Sobre 13/10

De outro, a grande presença de investidores estrangeiros pode gerar uma pressão de baixa, caso eles decidam reduzir posições mais arriscadas e migrar para a segurança dos títulos soberanos, como os Treasures americanos, no momento em que o mercado cogita que o Federal Reserve pode implementar novas altas na taxa básica de juros dos Estados Unidos.

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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