IFIX dispara e atinge máxima histórica; recuperação dos fundos imobiliário vai continuar?

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) renovou sua máxima histórica na manhã desta sexta-feira (16), ao atingir 3.430,08 pontos — alta de 0,21% no dia. O movimento confirma o bom momento dos FIIs na Bolsa de Valores.
Desde o início do ano, o indicador acumula valorização de quase 10%. Somente em abril, o avanço do índice foi de 3,02%.
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IFIX: A recuperação vai continuar?
Após encerrar 2024 com queda de 5,89%, os fundos imobiliários mostram sinais de recuperação e voltam ao radar dos investidores.
Um dos principais fatores por trás da performance negativa no ano passado foi o ciclo de alta da taxa Selic, que pressionou diversos segmentos da indústria de FIIs, derrubando os preços das cotas.
“2024 foi um ano muito ruim. A gente teve uma abertura de curva de juros absurda, talvez nunca vista com tanta velocidade”, avalia Danilo Barbosa, analista CNPI e sócio-diretor de research do Clube FII.
Os analistas da XP Investimentos seguem na mesma linha, afirmando que o movimento de alta observado neste ano sinaliza a continuidade da correção do excesso de pessimismo com a classe, observado no fim de 2024.
Os FIIs ainda estão baratos?
Mesmo com a recuperação recente, os fundos imobiliários ainda são negociados com desconto, segundo relatório do BTG Pactual.
Os FIIs de lajes corporativas, por exemplo, apresentam um P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial) médio de 0,66 — ou seja, são negociados com 34% de deságio.
A XP também destaca que esse segmento registra hoje a menor taxa de vacância desde o início da pandemia. Além disso, os preços médios pedidos nos escritórios vêm apresentando avanço consistente.
Entre o 4º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2025, as lajes classificadas como A+, A e B tiveram aumentos médios de 13%, 46% e 25%, respectivamente, de acordo com os analistas da corretora.
Já os fundos de shopping centers operam com P/VP de 0,72 (desconto de 28%), enquanto os de galpões logísticos estão em torno de 0,76.
“Os fundamentos sólidos e os valores de negociação ainda atrativos sustentam a percepção de que os FIIs seguem representando boas oportunidades de investimento, mesmo após a recente recuperação”, dizem os analistas da XP.
“Não faz sentido esses ativos estarem tão descontados, considerando que os fundos de tijolo são precificados com base em fluxo de caixa trazido a valor presente. São receitas já contratadas e projetadas, o que dá sustentação ao valor patrimonial”, concorda Danilo Barbosa.
Para o sócio-diretor de research do Clube FII, os FIIs de tijolo oferecem boas oportunidades para quem investe com foco no longo prazo. “Na minha visão, é onde está a maior oportunidade hoje”, afirma.
Ainda assim, Barbosa destaca que os fundos de papel também têm seu espaço e que, apesar de fazerem parte da mesma classe de ativos, têm características muito distintas. Na sua visão, os dois tipos são complementares e devem coexistir em uma carteira diversificada.