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IMC (MEAL3) fica com KFC por mais 10 anos. E agora?

07 nov 2022, 16:16 - atualizado em 07 nov 2022, 16:16
Rafael Bossolani, CFO da IMC
Rafael Bossolani, diretor administrativo, financeiro e de relações com Investidores da IMC (Imagem: Divulgação/Léo Pinheiro, C41 Estúdio)

A International Meal Company (IMCMEAL3) e a rede de fast-food KFC chegaram a um acordo de repactuação do contrato de master franquia, após quase dois anos tentando acertar as divergências.

Na semana passada, a IMC comunicou, em fato relevante, que celebrou um acordo de renovação da parceria com a KFC via novo contrato de master franquia válido por 10 anos. O acordo prevê que a IMC será o master franqueado da rede originária dos Estados Unidos com foco nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Com isso, o procedimento arbitral requerido em face da companhia e dos garantidores se encerra com a apresentação da petição conjunta ao tribunal arbitral pedindo pela extinção do processo.

Relembre o caso

As divergências entre a IMC e a master franqueada datam de janeiro de 2021, quando foi anunciada a notificação de denúncia do contrato pela KFC. A KFC entrou com uma ação cautelar contra a IMC para a revogação da exclusividade da KSR Master Franquia, subsidiária da IMC, nas operações da KFC no Brasil.

A entrada do processo na justiça ocorreu pouco após a IMC informar que, diante do cenário de pandemia, estava mantendo tratativas visando a revisão de determinados termos de contratos de master franquia firmados com a KFC e o Pizza Hut.

A revisão dizia respeito principalmente a metas e prazos de abertura de lojas previstos no contrato, que foram afetados pelo agravamento do quadro de Covid-19 no país.

Na ocasião, a IMC afirmou que não alcançou acordo para uma eventual repactuação do contrato com a KFC, tendo em vista as divergências quanto à aplicação de penalidades e à revisão de prazos e metas para abertura de lojas.

Rafael Bossolani, diretor administrativo, financeiro e de relações com Investidores, disse ao Money Times que o contrato antigo firmado com a KFC era “desbalanceado”. Apesar do longo processo arbitral, a companhia não abriu mão do negócio por considerá-lo um ativo-chave para as operações do grupo.

“A KFC é uma marca importante para o nosso negócio, em termos de relevância de marca, potencial de crescimento. Desde que a gente fez a aquisição de master franqueado, sempre investimos”, comentou o executivo.

“A gente acredita no negócio, então optamos por seguir uma linha negocial que fosse boa para ambas as partes”, completa.

O que muda?

Segundo Bossolani, a KFC está inserida em um mercado que está crescendo, mas continua subpenetrado. Sendo master franqueada de uma marca líder na categoria de frango frito no Brasil, a IMC avalia que a KFC vai impor um ritmo de crescimento grande, não só em termos de expansão de lojas, como também de marca.

“Isso dá para a companhia estabilidade contratual e segurança jurídica para seguir investindo – não só em lojas próprias, como também promovendo investimento através de franqueados”, afirmou.

De acordo com Bossolani, a principal mudança com a assinatura de um novo contrato é o foco maior nas regiões Sul e Sudeste. Apesar da concentração regional, a KFC ainda conta com 75-85% de potencial de expansão de lojas, disse o CFO.

Atualmente, o KFC possui 132 lojas no Brasil, sendo 62 lojas próprias e 70 unidades franqueadas. O Sul e o Sudeste respondem por mais de 75% das redes de restaurante fast-food no país, o que abre caminho para a IMC “priorizar os investimentos nas regiões de maior potencial de crescimento”.

Outro ponto importante levantado por Bossolani é que os formatos de lojas com drive-thru ainda são poucos comparados com o número total de restaurantes em operação da KFC.

Transformação

Enquanto a KFC segue como um ativo “icônico” e altamente estratégico, a IMC realizou movimentos de venda de algumas operações, dando mais um passo adiante em sua agenda de transformação e simplificação dos negócios.

Em agosto, a companhia fechou um acordo de venda da master franquia e das nove unidades da rede Carl’s Jr. no Panamá.

O acordo de venda para a Excelencia Y Superación foi fechado em US$ 2,1 milhões, aproximadamente 7,6 vezes Ebitda de 2021.

Os recursos provenientes do desinvestimento têm como destino o capital de giro da IMC e a redução de dívida da companhia.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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