Internacional

Impaciência do mercado desafia nova política do Fed

26 fev 2021, 21:44 - atualizado em 26 fev 2021, 21:44
Jerome Powell
O eixo da tensão é a nova estrutura de política monetária implementada pelo Fed no ano passado (Imagem: REUTERS/Leah Millis)

Depois de o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, passar dois dias dizendo a parlamentares dos EUA que a economia não está em condições de entrar em aperto monetário, os mercados financeiros de repente começaram a precificar uma recuperação rápida e, talvez, muito aquecida.

O eixo da tensão é a nova estrutura de política monetária implementada pelo Fed no ano passado, segundo a qual o banco central não aumentará as taxas de juros no início da recuperação e ultrapassará intencionalmente a meta de inflação de 2%. Talvez por anos, enquanto testa os limites de um mercado de trabalho aquecido.

Sinais no mercado de títulos do governo dos EUA, que movimenta US$ 21 trilhões, sugerem que alguns investidores simplesmente não acreditam nisso. As taxas de curto prazo sinalizam um aumento dos juros pelo Fed em cerca de dois anos. Os rendimentos em títulos com prazos intermediários e longos estão em altasugerindo uma reflação rápida que levaria o Fed a retirar o estímulo.

Alguns economistas de destaque, como Lawrence Summers, da Universidade Harvard, e Olivier Blanchard, ex-economista-chefe do FMI, alertam sobre o possível superaquecimento econômico resultante do projeto de lei de estímulo de US$ 1,9 trilhão que o presidente dos EUA, Joe Biden, pretende assinar no próximo mês.

Com os rendimentos a caminho do maior ganho mensal desde novembro de 2016, a ameaça de custos de financiamento mais altos puxou a baixa dos índices acionários na quinta-feira.

“É realmente responsabilidade de Powell demonstrar determinação. Vai ser preciso muita coragem e não sei como ele vai atuar sob pressão”, disse Derek Tang, economista da LH Meyer, uma empresa de pesquisa de Washington. “Este é o primeiro teste da estrutura” adotada em agosto passado, disse.

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