Agronegócio

Importadores chineses levam soja brasileira em meio à incerteza comercial com EUA

25 nov 2019, 16:38 - atualizado em 25 nov 2019, 16:38
China busca refúgio em commoditie brasileira (Imagem: Yukie Nishizawa/Reuters)

Chineses adquiriram pelo menos 20 cargas de soja brasileira na semana passada devido à incerteza sobre um acordo comercial com os Estados Unidos, com os asiáticos correndo para garantir suprimentos, disseram operadores nesta segunda-feira.

Os importadores também buscaram grãos da safra futura do Brasil em meio a margens atraentes, disseram dois traders que não quiseram ser identificados.

As compras devem ser entregues quando a nova colheita chegar ao mercado no início do próximo ano, disseram eles.

Algumas cargas dos EUA e da Argentina também foram encomendadas na semana passada, disse um dos traders, com compras totais de cerca de 30 cargas.

Os compradores chineses compraram significativamente menos soja do seu segundo maior fornecedor, os Estados Unidos, este ano, devido às altas tarifas de importação, que deverão ser suspensas se os dois lados concordarem com a primeira fase de um acordo comercial.

Mercados estão preocupados com o risco de as negociações comerciais fracassarem (Imagem: Mark Schiefelbein/Reuters)

Processadores chineses já utilizaram quase toda a cota de 10 milhões de toneladas livres de tarifas recebida dos EUA em outubro. As isenções geraram uma onda de vendas de soja norte-americana, que agora estão sendo carregadas e transportadas.

Cerca de 1,35 milhão de toneladas de soja dos EUA foram inspecionadas e carregadas para exportação à China na semana passada, maior nível em dois anos, de acordo com dados do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA, na sigla em inglês).

Sem que haja novas isenções, porém, a soja dos EUA pode enfrentar dificuldades para competir com a do Brasil no próximo ano comercial.

“Eles estão esgotando a cota por aqui, então vão mudar para outro destino”, disse Dan Basse, presidente da AgResource.

A conclusão da primeira fase corre o risco de escorregar para o próximo ano, informou a Reuters na semana passada, deixando os compradores incertos sobre as condições do mercado.

Mesmo depois que líderes dos dois países enviaram sinais positivos em um acordo inicial para neutralizar a prolongada guerra comercial, os mercados estão preocupados com o fato de as negociações comerciais fracassarem.

“Há muita incerteza em torno dos suprimentos dos EUA, então é provavelmente uma boa ideia ter pelo menos um pouco de soja do Brasil”, disse Darin Friedrichs, analista sênior de commodities na Ásia para a corretora INTL FCStone.

Após uma guerra comercial de 16 meses, os compradores de soja da China, que processa o grão para alimentar o maior rebanho suíno do mundo, ficaram com estoques apertados.

Os estoques nacionais de farelo de soja caíram para uma mínima de seis anos, de apenas 355.100 toneladas na semana que terminou em 19 de novembro.

No entanto, os processadores também estão com baixa demanda em meio ao pior surto de doenças já registrado no rebanho de suínos da China, que encolheu mais de 40% ante o mesmo período do ano passado, devido à peste suína africana.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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