Internacional

Impostos menores para ricos trazem poucos benefícios, diz estudo

16 dez 2020, 15:12 - atualizado em 16 dez 2020, 15:12
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Os autores aplicaram uma análise que reuniu uma série de impostos sobre renda, capital e ativos em 18 países da OCDE, incluindo EUA e Reino Unido, nos últimos 50 anos (Imagem: Unsplash/@marimartin)

Cortes de impostos para os ricos geram desigualdade sem propiciar muitos benefícios à sociedade, segundo um estudo sobre países desenvolvidos que aplicaram a medida.

A pesquisa poderia contribuir para o argumento de que os abastados devem arcar com um custo maior da pandemia de coronavírus.

O estudo, conduzido por David Hope, da London School of Economics, e Julian Limberg, do King’s College London, revelou que tais medidas nos últimos 50 anos apenas beneficiaram de fato indivíduos que foram diretamente atingidos e pouco fizeram para promover empregos ou crescimento.

“Formuladores de políticas não devem se preocupar com o fato de que o aumento de impostos para os ricos para financiar custos financeiros da pandemia prejudicará as economias”, disse Hope em entrevista.

A notícia será bem recebida pelo ministro das Finanças do Reino Unido, Rishi Sunak, cujas esperanças de recuperar as contas públicas do país abaladas pelo coronavírus podem se apoiar em sua capacidade de aumentar impostos, possivelmente sobre ganhos de capital – um imposto que pode impactar desproporcionalmente indivíduos de maior renda.

Também indicaria que a economia poderia resistir a um imposto único de 5% sobre o patrimônio sugerido para o Reino Unido na semana passada pela Wealth Tax Commission, o que afetaria cerca de 8 milhões de residentes.

Os autores aplicaram uma análise que reuniu uma série de impostos sobre renda, capital e ativos em 18 países da OCDE, incluindo EUA e Reino Unido, nos últimos 50 anos.

As descobertas publicadas na quarta-feira contradizem argumentos, geralmente feitos nos EUA, de que políticas que parecem ajudar desproporcionalmente indivíduos mais ricos acabam impulsionando o resto da economia.

O prazo do estudo termina em 2015, mas Hope diz que tal análise também se aplicaria ao corte de impostos aprovado em 2017 pelo presidente Donald Trump.

“Nossa pesquisa sugere que tais políticas não geram o tipo de efeito residual que os defensores afirmam”, disse Hope.

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