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Impostos sobre carbono podem custar bilhões para setor de carne

01 jul 2020, 10:58 - atualizado em 01 jul 2020, 10:58
Carne de porco
O setor de carne tem sido alvo de exame minucioso nos últimos anos sobre seu impacto no meio ambiente (Imagem: Pixabay)

Impostos sobre o carbono podem eliminar mais de US$ 11 bilhões em lucros das produtoras de carne nas próximas décadas, em meio às medidas de governos para reduzir os danos causados pelo setor ao meio ambiente, segundo a rede de investidores Fairr.

O setor de carne tem sido alvo de exame minucioso nos últimos anos sobre seu impacto no meio ambiente, associação com o desmatamento e padrões de bem-estar animal.

A agricultura perde apenas para o setor de energia em contribuições para as emissões globais de gases de efeito estufa, e a criação de animais é responsável por quase metade da pegada de carbono do setor.

Com o impulso para que formuladores de políticas imponham impostos sobre emissões relacionadas à pecuária, os impostos sobre carbono podem reduzir o Ebitda das 40 maiores empresas de carne em US$ 11,6 bilhões até 2050, disse a Fairr em relatório. O valor equivale a cerca de 5% da receita de cada empresa.

Até agora, poucos países estabeleceram metas específicas para o setor agrícola como parte dos compromissos nacionais com o Acordo de Paris.

Nova Zelândia, uma das únicas duas nações com metas legalmente vinculantes para reduzir emissões agrícolas, planeja precificar as emissões da pecuária a partir de 2025.

As paralisações relacionadas à pandemia de coronavírus em unidades de abate também voltaram a chamar a atenção para a maneira como a carne é produzida.

Na Alemanha, onde a pouca distância entre funcionários contribuiu para o fechamento de frigoríficos, a ministra da Agricultura, Julia Kloeckner, afirmou que um imposto de bem-estar animal deve ser incluído em produtos à base de carne, o que pode potencialmente aumentar os custos dos produtores.

“Uma análise de causa raiz da pandemia do Covid-19 provavelmente mostrará a necessidade urgente da indústria de carnes e peixes de melhorar a biossegurança e práticas de triagem”, disse Jeremy Coller, fundador da Fairr. “No cenário pós-Covid, existe o risco de os governos pararem de subsidiar a agricultura animal e começarem a taxá-la.”

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